Trabalhadores do metrô obtêm liminar que barra leilão de linhas

Decisão liminar da Justiça de São Paulo suspendeu na tarde desta quinta-feira (18) a licitação para a privatização das linhas 5 e 17 do metrô paulista que aconteceria nesta sexta-feira (19). Os prejuízos, que a privatização das linhas trará aos cofres públicos e aos usuários do metrô, foram denunciados pela greve dos metroviários realizada nesta quinta.

Por Railídia Carvalho

contra a privatização da linha 5 do metrô de SP - reprodução

A liminar atendeu ação conjunta dos trabalhadores em greve, Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro) e bancada de vereadores do PSOL na Câmara paulistana.

Trecho da decisão do juiz Antonio Laroca publicado pela Folha de S.Paulo confirma a denúncia dos trabalhadores: "basicamente, pode-se dizer que se trata de uma privatização custeada com recursos públicos", afirmou Laroca. Ainda segundo o juiz, o governo do Estado não pode conceder a linha 5 porque ela não pertence ao governo do Estado já que se trata de uma concessão dada pela prefeitura de São Paulo em 1974.   

O leilão das linhas 5 e 17 também gerou Ação Popular de iniciativa do deputado federal Orlando Silva que na justificativa do pedido argumentou que o objetivo da Ação é impedir que o governo do Estado aliene o patrimônio público. Ainda de acordo com o parlamentar a licitação desta sexta-feira é “um jogo de cartas marcadas”. O sindicato dos metroviários denunciou que a licitação estava destinada a atender a CCR, que também foi responsável pelos estudos da licitação.

Greve vitoriosa

Na opinião do diretor dos metroviários, Wagner Fajardo, a greve foi vitoriosa porque “teve ampla adesão da categoria” desde a madrugada. Em comunicado divulgado nas redes sociais, os metroviários criticaram o plano de contingência da empresa que colocou pessoas inabilitadas para conduzir os trens. “É uma atitude precária que pode provocar graves acidentes”.

Em entrevista ao Portal Vermelho, no final da manhã desta quinta, Fajardo afirmou sobre a privatização do metrô: “É um processo viciado, direcionado e acima de tudo um processo que vai reduzir a qualidade do serviço prestado à população”.

O governo do Estado anunciou que vai recorrer para derrubar a liminar.