As falas das mulheres na defesa de Lula e da democracia brasileira

Maria do Rosário

A deputada federal (RS-PT), Maria do Rosário – que estava presente no ato das mulheres pela democracia desta terça (23) – pontuou que seria uma desonra se não houvesse resistência ao processo de julgamento do ex-presidente. Lembrou também a luta da mulher brasileira e dos negros contra as injustiças diárias, como a violência contra a mulher e a impunidade.
“Qualquer decisão ou voto contra Lula já está sendo colocada na lata do lixo da história porque o povo sabe da injustiça. E a injustiça é algo que cria uma solidariedade entre os brasileiros. Qual é o negro brasileiro que não sabe o que é a injustiça? Qual é a mulher brasileira que não sabe o que é injustiça da violência e da impunidade? Então é este povo que sofre há séculos a injustiça que hoje se levanta e que diz que se a justiça é injusta, ela não serve”.

Sobre a proximidade da força das mulheres neste ato e a resistência das senadoras durante a votação da reforma trabalhista, a senadora pontuou:

“Nós, como mulheres feministas e como parte dessa luta do povo, estamos levando cada vez mais o nosso jeito de lutar, seja aqui [rua], seja lá dentro [no Congresso]”.]

Marcia Tiburi

Também estava presente a filósofa e professora Marcia Tiburi afirmou em entrevista à Mídia Ninja que a falta de energia no auditório da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul – ocorrida antes do ato das mulheres pela democracia na manhã desta terça – “não foi só uma teoria da conspiração, mas um ato evidente”.

“Como há a falta luz na assembleia logo quando as mulheres estão lá dentro se manifestando em nome da democracia? Luiz Inácio Lula da Silva hoje, gostemos dele ou não, respeitemos ele ou não, é uma metonímia do que significa a democracia no Brasil”, disse Marcia Tiburi em entrevista a Mídia Ninja.

"Está em jogo, novamente, a democracia brasileira. E sabe o que pode acontecer hoje? Nós podemos virar patetas só porque uns sacanas desse tribunal podem acabar votando contra o povo. Por isso, a democracia terá que intensificar a sua forma de luta e estamos aqui para o que der e vier porque a democracia é tudo e sem isso, não existe vida, não existe sociedade e não existe governo e não irá existir nada porque, afinal de contas, a história e o destino irão se realizar”, finalizou a filósofa.

Marianna Dias

Já a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias, disse:
“A União Nacional dos Estudantes está do lado da democracia, está ao lado dos batalhadores e das batalhadoras que querem um Brasil melhor. As jovens mulheres deste país fizeram história e inauguraram o período de defesa da democracia do nosso país quando nos levantamos para ser contra o golpe da primeira mulher eleita a presidente da república. Uma mulher que venceu a ditadura militar, que sofreu o golpe, mas que tem a honra de andar de cabeça erguida porque quem tem que ter vergonha são os golpistas, como o judiciário que quer tirar um homem de forma injusta das eleições. E, por ter coragem e 80 anos, a UNE diz com muita firmeza e sem medo de se posicionar que nós somos contra a julgamento injusto do ex-presidente Lula. Não ter uma eleição justa fere, enterra e faz com que a nossa democracia sofra um golpe ainda mais duro do que já sofreu”, finalizou a presidenta em discurso nesta terça.

Manuela D’Ávila

Ainda nesta segunda-feira (22), Manuela D’Ávila, pré-candidata pelo PCdoB à Presidência da República, participou de um grande encontro em defesa da democracia.

Para Manuela, defender o direito de Lula concorrer a disputa eleitoral é defender as saídas democráticas para o crescimento do Brasil. Manuela ressaltou: “Eleição sem Lula é golpe! Queremos um Brasil soberano, democrático e desenvolvido”.

Jandira Feghali

Em sua rede social, a deputada federal e vice-líder da Minoria, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), destacou que estamos às vésperas de ter a democracia e a inteligência do povo brasileiro insultada com o julgamento do recurso do ex-presidente Lula.

“Esperamos que Lula seja absolvido porque se não teremos o fracasso da democracia brasileira. Não há provas e condenar alguém sem provas é algo que fere de morte a democracia brasileira. Por isso, nós precisamos da absolvição e que o processo brasileiro seja decidido pela soberania do voto popular”, falou em vídeo.

Dilma Rousseff

A ex-presidente Dilma Rousseff destacou nesta terça que desde que ela está no Rio Grande do Sul, há 50 anos, esta foi a primeira vez que a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul não teve energia elétrica para receber um ato democrático, um ato de milhões de mulheres.

“Hoje, nós estamos aqui e mais uma vez essa praça e essa assembleia testemunham uma resistência democrática. Antes era uma resistência à ditadura militar e uma reconstrução da democracia depois de 21 anos de regime militar, agora é a resistência ao golpe parlamentar”, relatou Dilma em discurso.

"Por que o Lula está sendo condenado sendo inocente? Enquanto isso outros, com gravações, com mala de dinheiro, subindo e descendo, estão protegidos e podem concorrer livremente e não estão submetidos à Justiça", falou a ex-presidenta em referência à mala com R$ 500 mil apreendida pela Polícia Federal em posse do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor direto de Michel Temer.

Luciana Santos

Assim como a ex-presidente Dilma Rousseff, a presidenta nacional do PCdoB Luciana Santos também esteve presente no ato das mulheres pela democracia e disse:

“Em momentos como esse precisamos nos agigantar e denunciar o ataque a democracia. [Esse processo] é continuidade do golpe e é a imposição da entrega da previdência. Nós lutaremos e vamos defender o direito de lula ser candidato à presidência, assim como nós, do PCdoB, nos apresentamos também com a Manuela que defende o direito de lula a ser candidato para apresentar saídas para essa crise brasileira”.