Vai malandro, o assédio começa depois do não!

O É Cena, canal e projeto da atriz Fernanda Brandão e de seu companheiro Rafael Procópio, publicou um vídeo que faz uma releitura da música de enorme sucesso "Vai Malandra", da Anitta. Na paródia, a letra foi modificada para denúnciar o assédio que as mulheres sofrem no Carnaval- e lembra que o assédio começa depois do "não" 

Carnaval sem assédio - É Cena

Em entrevista para o site de entretenimento Catraca Livre, a atriz Fernanda Brandão contou que a ideia era que o vídeo tivesse a participação de mulheres em toda a sua produção- tanto na direção e escolha do figurino quanto na atuação e performace. Musicistas e conhecidas foram chamadas para participar. 

A letra da paródia, por sua vez, foi criada pela atriz e educadora Jéssica Policastri, que após ouvir a frase "depois do não, tudo é assédio", moldou a canção de acordo com a frase. "Meio sem querer", afirmou.

"Quando terminei a letra, percebi que ficou boa e que daria para criar algo bacana, como uma campanha nessa época do Carnaval. Aí ofereci a paródia para a Fernanda, que é minha amiga, e ela super topou. O trabalho todo é dela com todas as meninas", declarou Jéssica, ainda para o Catraca Livre.

O objetivo da música é reafirmar que independente da roupa ou da situação, o corpo da mulher não é publico, e sem o seu consentimento qualquer ato torna-se violação. "Cada vez mais a gente precisa lutar por uma sociedade em que as mulheres possam frequentar espaços sem terem medo de serem assediadas", finalizou a educadora.

Confira o vídeo: 

O vídeo contribui ainda para uma ampla conscientização que está acontecendo nesse Carnaval sobre o assunto: inúmeras mulheres estão se organizando, se mobilizando e criando diversas campanhas para um Carnaval sem assédio.

A campanha Aconteceu No Carnaval, por exemplo, foi criada para incentivar mulheres a compartilhar casos de assédio que tenham vivenciado ou que viram acontecer, com o objetivo de contabilizar e mapear os casos de assédio durante as festas e elaborar um relatório que servirá para pressionar o Poder Público por políticas de prevenção e de combate à cultura de assédio no carnaval. “Orientamos as mulheres para que fiquem atentas umas às outras, porque pode ter alguém precisando de socorro, de ajuda e, muitas vezes, sem conseguir verbalizar isso”, diz a mobilizadora Madalena Rodrigues para a Agência Brasil. O grupo vai distribuir “fitinhas da sororidade” durante a folia, para identificar mulheres dispostas a ajudar em situações de abuso ou violência. Também estão sendo colados cartazes pelas cidades, com frases da campanha contra o machismo e o assédio e em favor da liberdade das mulheres.