Nos Jogos de Inverno, Coreias entram como um só país

Atletas das duas Coreias desfilam juntos durante abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno. A entrada da delegação unificada no estádio de Pyeongchang marcou a cerimônia, recebendo elogios do "poder unificador" demonstrado pelas duas Coreias

Coreias na abertura dos jogos olímpicos de inverno - EPA

Durante a Cerimônia de Abertura, os atletas da Coreia do Sul e da Coreia Popular marcharam juntos sob a "bandeira da unificação". Os atletas foram os últimos a entrar no Estádio Olímpico, e os espectadores os receberam com entusiasmo e aplausos, segundo informações da agência russa Sputnik. A bandeira foi carregada pelo atleta sul-coreano de bobsleigh Won Yun-jong e jogador de hóquei no gelo da norte-coreano, Hwang Chung Gum. Os Jogos acontecem entre os dias 9 e 25 de fevereiro, e contarão com a participação de atletas de 92 países.


O time da Coreia unificada chegou em Pyeongchang! Um momento histórico para o jogador de bobsleigher, Won Yun-jong e o jogador de hockei no gelo, Hwang Chung-gum. 

O momento alto foi a entrada das duas delegações coreanas no Estádio Olímpico de Pyeongchang, com os atletas vestidos de branco e com a bandeira da Coreia unificada sendo transportada por esportistas dos dois países. Segundo narra o Publico, nos altofalantes ouvia-se simplesmente “Coreia”. Um dos momentos mais tocantes da noite foi quando aconteceu uma interpretação solo da Arirang, uma música tradicional coreana que é simbólica dos dois lados da fronteira e é vista como o hino de uma futura Coreia unificada.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, saudou o “poder unificador” evidenciado pela entrada conjunta da delegação coreana. “Todos nós estamos tocados por este gesto magnífico e todos nos juntamos a vocês e apoiamos a vossa mensagem de paz”, afirmou.


Bandeira unificada coreana na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno 

Os Jogos foram motivaram uma reunião de contato direto entre representantes duas Coreias pela primeira vez em quase dois anos. Uma linha de comunicação foi reaberta, e as olimpiadas acabaram servindo como pretxeto para uma reaproximação entra Seul e Pyongyang. Na reunião foram debatidos assuntos importantes, como os encontros para famílias separadas pela guerra, um assunto sensível em ambos os lados da fronteira. O chefe da delegação norte-coreana, Ri Son-gwo, disse que Pyongyang encarou o encontro de forma "séria e sincera".

Isso depois de 2017 ter ficado marcado por três ensaios nucleares e o lançamento de múltiplos mísseis balísticos por parte da Coreia Popular, agravados pela retórica bélica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que fez insultos pessoais e ameaças de guerra ao líder norte-coreano, Kim Jong-un. Duarnete a cerimônia, os dirigintes de ambas as Coreias se cumprimentaram, mas o vice-presidente dos EUA, Mike Pense, abandonou uma recepção para os líderes mundiais oferecida pelo líder sul-coreano, revelaram várias publicações internacionais, com a intenção de não ter que cumprimentar a irmã de Kim Jong-un, como informa o Publico. 

No sábado (10), Moon Jae-in, presidente sul-coreano, terá um almoço com os dirigentes norte-coreanos, no qual se espera que venham a ser delineadas as próximas etapas do processo diplomático.