Comunistas nepaleses consolidam vitória eleitoral e iniciam unificação

Os comunistas venceram amplamente as eleições para a Câmara dos Deputados (em novembro) e agora em fevereiro conquistaram nova expressiva vitória nas eleições para o Senado e aceleram processo de fusão

Comunistas no Nepal

A aliança de esquerda que governa o Nepal avança no processo de fusão em uma única formação, embora o nome escolhido enfrente problemas para ser legalizado.

O Partido Comunista do Nepal (Marxista-Leninista Unificado) PCN-MLU e Partido Comunista do Nepal (Centro-Maoísta), PCN-CM, alcançaram esta semana um acordo de sete pontos para tal fim.

Um deles prevê que a nova organização será chamada Partido Comunista do Nepal (PCN), mas esse nome já está sendo usado por outro grupo que é reconhecido pela Comissão Eleitoral (CE) do país.

Segundo a Lei de Partidos Políticos, um agrupamento não pode ser registrado se seu nome e símbolo de eleição coincide com os de outro já reconhecido pela CE.

O atual PCN é dirigido por Rishiram Kattel, um veterano comunista, que aglutinou há cinco anos várias pequenos agrupamentos dessa tendência.

Apesar disso, o presidente do PCN-CM, Pushpa Kamal Dahal, explicou que o anúncio oficial de unificação será realizado depois da apresentação do relatório do grupo de trabalho conjunto.

Para Dahal, esta decisão cria as bases para a estabilidade política, a prosperidade econômica e o bom governo no país.

Na semana passada, o líder do PCN-MLU, K.P. Sharma Oli, assumiu como primeiro-ministro do Nepal após a vitória eleitoral da coalizão.

A presidenta Bidhya Devi Bhandari juramentou Oli em uma cerimônia que contou também com a presença do vice-mandatário Nanda Bahadur Pun e o chefe do Tribunal Supremo, Gopal Parajuli.

Nas eleições realizadas em novembro e dezembro, o PCN-MLU e o PCN-CM conseguiram 121 e 53 cadeiras, respectivamente, na Câmara de Deputados, integrada por 275 assentos.

Neste mês, os comunistas reforçaram sua posição depois de conquistar dois terços da Assembleia Nacional (Senado).

Estas eleições gerais foram as primeiras desde a adoção, em setembro de 2015, de uma nova Constituição, que fechou um turbulento período de transição iniciado nove anos antes com a abolição da monarquia depois de uma guerra civil que causou mais de 16 mil mortos.