'Nós não temos o compromisso de defender o governo', diz líder do PSDB

O deputado Nilson Leitão (MT), que integra a bancada ruralista e é o novo líder do PSDB na Câmara, afirmou que a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República é pra valer e que a sua candidatura vai unificar o partido que está rachado.

Nilson Leitão - Arquivo/George Gianni

Em entrevista ao Estadão, ele aproveitou para dizer que o candidato tucano não vai ter o compromisso de defender irrestritamente de Michel Temer, demonstrando que os tucanos querem manter a distância estratégica do governo.

"Nós não temos o compromisso de defender o governo, nós temos o compromisso de defender os temas que nós acreditamos", afirmou.

Segundo o deputado, o PSDB vai defender o que chama de "boas matérias" e "aquilo que a gente achar que não é bom, nós não vamos defender".

Questionado a explicar por que a candidatura de Alckmin não decola, o parlamentar disse que é porque "o jogo ainda não começou".

"É aquela corrida que está todo mundo aquecendo. Eu não tenho dúvida nenhuma que, na arrancada, o Geraldo vai crescer", garantiu.

Leitão disse ainda que o principal desafio é atrair os partido de direito para apoiar Alckmin. "Esse será o grande desafio. Sem a presença de Lula, muita gente vai se animar a ser candidato e aí é claro que vai ter uma dificuldade maior para conquistar aliados", disse.

Indagado a explicar como o PSDB pretende ir às urnas defendendo a bandeira de ser contra a corrupção após o caso do senador Aécio Neves, Leitão minimizou e disse que é um crime comparar a situação do Aécio coma do PT.

"O que estão querendo fazer é um crime. Comparar o que aconteceu com Aécio e o que aconteceu com o PT? É muita diferença, é uma diferença enorme", assegurou. " Não negociamos qualquer tipo de apoio. Aqueles que usaram caixa 2 é outra coisa, foi a grande maioria. O sistema fez com que isso acontecesse", pontuou.

O PSDB não corre o risco de, assim como o PT, negar o mea-culpa?

Apesar de insistir no discurso das convicções sem provas, Leitão diz que a diferença é que Aécio não negou o crimes (é tinha como negar?!), mas o ex-presidente Lula nega as acusações.

"A diferença é que o PSDB não negou o mea-culpa. Nunca dissemos que Aécio estava certo, e o Aécio foi para a imprensa reconhecer o seu erro. A diferença foi essa. Ele só disse: eu quero ter a oportunidade de me defender, como qualquer brasileiro, aquele que roubou um botijão de gás ou o maior traficante do Brasil. A diferença é que o Lula nega o apartamento, nega o sítio de Atibaia (SP), nega sua participação no mensalão, nega sua participação no petrolão, fala que é um homem inocente, que ele é mais santo que Jesus Cristo. O PSDB não faz isso", disse.