Centrais: Agenda positiva e unidade em defesa das conquistas

Avança a construção de uma agenda unitária que será construída e apresentada pelas seis centrais sindicais brasileiras apontando caminhos para a retomada do crescimento com valorização do trabalho. Nesta sexta-feira (9), dirigentes das entidades se reuniram no Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) em São Paulo para dar continuidade aos encontros. 17 de abril é data prevista para divulgação da plataforma.

Por Railídia Carvalho

Fórum das centrais sindicais 2018 - reprodução

“Há uma necessidade de atualização da agenda da classe trabalhadora que foi sacramentada em primeiro de julho de 2010 para atender a esse novo tempo político em que a ofensiva do capital tenta reeditar o neoliberalismo, o desmonte do estado nacional. A solução encontrada pelas centrais veio em uma boa hora para apresentarmos para o conjunto da sociedade uma plataforma mínima que possa enfrentar os gargalos que temos hoje no Brasil”, declarou ao Portal Vermelho Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

A unidade das centrais tem sido o combustível contra os ataques que o governo de Michel Temer tem dirigido aos trabalhadores. E é esse protagonismo experimentado nas lutas de 2016 e 2017 contra as reformas trabalhista e previdenciária, terceirização e emendas constitucionais, é que pretende ser fortalecido pelas centrais em um ano em que também acontecem as eleições presidenciais. “A classe trabalhadora precisa ter a ambição de ocupar espaços no plano político parlamentar”, completou Adilson.

Segundo o presidente da CTB, construir uma agenda positiva que possibilite a retomada do crescimento com geração de emprego passa pelo combate à desindustrialização e pelo combate aos empregos precários. “O governo impõe uma agenda regressiva que começa a repercutir em um profundo desmonte das conquistas do povo brasileiro e da classe trabalhadora em especial. As centrais estão buscando um caminho para que os investimentos, tanto públicos quanto privados, sejam retomados”, enfatizou Adilson.

De acordo com ele, a nova agenda da classe trabalhadora também vai intensificar o diálogo com os trabalhadores. “Estamos diante de um cerco profundo. Ao mesmo tempo que o governo tenta implementar uma agenda neoliberal ele busca também asfixiar o movimento sindical. Por isso é preciso dialogar mais e melhor com a classe trabalhadora de forma a mostrar que o sindicato é a melhor proteção que o trabalhador pode ter. Foi com o sindicato que veio a política de valorização do salário mínimo, que se conquistou a Participação nos Lucros e Resultados, assistência médica, entre outras conquistas. Tem sido através do sindicato que o trabalhador conseguiu melhorar de vida”, comparou o dirigente.