FMI elogia política de austeridade de Macri na Argentina

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou neste domingo (18), que “os primeiros anos do governo de Mauricio Macri foram incríveis”. Ela se referia às políticas neoliberais de reajuste e recessão aplicadas pelo presidente argentino em seu governo.

Christine Lagarde e Maurício Macri - Divulgação

Lagarde destacou que “em dois anos as autoridades argentinas conquistaram muito na política monetária, na reorganização do gasto público, redução da pressão impositiva, livre competitividade, desenvolvimento e redução de gastos desnecessários em alguns setores”.

Os “gastos desnecessários” são também conhecidos como políticas públicas, que durante os dois anos de governo Macri, foram reduzidas na Argentina. Além disso, os reajustes atingiram diretamente a vida dos trabalhadores que após este período, pagam taxas até 600% por mais caras em serviços básicos como luz, gás, transporte e combustíveis.

Mas para a diretora do FMI, esta redução do Estado significa “reformas profundas”. “Até agora, as reformas adotadas e o objetivo de reduzir o déficit fiscal de forma compatível com as demandas sociais, não vejo como um assunto para se preocupar”, afirmou.

O economista argentino Eduardo Mattos, afirma que as tais “reformas” de Macri desmontam a indústria nacional, prejudicam as pequenas e médias empresas e causam impacto negativo no bolso da classe média e dos mais pobres.

Os reajustes em tarifas de serviços básicos, as reformas trabalhista e previdenciária que prejudicam os trabalhadores, aposentados e pensionistas, seguem à risca a cartilha do FMI. No entanto, 80% dos argentinos se posicionam contra estas políticas. Diferente do que afirmou Lagarde, parece que se tata sim de um tema para se preocupar.

A diretora-gerente do FMI está no país para participar da reunião preparatória da Cúpula do G-20 que começou nesta segunda-feira (19). O evento que reúne as 20 maiores economias do mundo será realizado em Buenos Aires em 30 de novembro deste ano.