80 mil trabalhadores param São Paulo contra projeto de Doria

Aos gritos de “Não tem arrego", mais de 80 mil servidoras e servidores públicos do município de São Paulo marcharam pelas ruas da metrópole, nesta quinta-feira (22), contra o Projeto de Lei (PL) 621/16, que muda a previdência municipal aumentando a contribuição de 11% para 14%.

Trabalhadores do serviço público de s.paulo em greve conta projeto de Doria aposentadoria - reprodução

O PL é de autoria do Executivo Municipal e o prefeito João Doria (PSDB) acrescentou artigos que inserem descontos de 1% a 5%, podendo elevar o desconto para 19% do salário e ainda aumenta os descontos dos aposentados e pensionistas.

Claudete Alves, presidenta do Sindicato dos Educadores da Infância (Sedin), afirma ser muito importante o movimento manter a unidade para “barrar mais essa ofensiva contra os nossos direitos, os nossos salários e a nossa aposentadoria”.

Ela enfatiza ainda que se a previdência municipal tem problemas, “a culpa não é das trabalhadoras e trabalhadores”. Ela afirma também que o movimento está cada vez mais forte. tanto que nesta quarta-feira (21), “teve uma linda manifestação de mães e pais de alunos em apoio à nossa paralisação”.

Nessa manifestação crianças seguravam cartazes com os dizeres “Não batam na minha professora”, em alusão à truculência da Guarda Civil Metropolitana contra as educadoras e educadores que se manifestavam na Câmara de Vereadores, na quarta-feira (14).

A violência ocorreu quando o PL 621 estava em discussão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Mesmo com toda a truculência policial, a CCJ aprovou o projeto que agora segue para as comissões de Administração e de Finanças, para depois ir a plenário.

As servidoras e servidores em greve pedem a retirada desse projeto para haver discussão mais ampla sobre a previdência municipal.

“Queremos debater e apontar soluções que não pesem sobre os ombros do funcionalismo”, reforça Alves. "Nenhum direito a menos, nenhum desconto a mais" é o lema do Sedin. De acordo com a sindicalista, as educadoras da infância, juntamente com os demais servidores, não permitirão "que o Doria municipalize a reforma da previdência do Temer. A nossa luta é a luta de todos os trabalhadores", afirma.

Nesta sexta-feira (23), há nova manifestação das trabalhadoras e trabalhadores do serviço público paulistano com concentração no vão do Masp, na avenida Paulista, às 12h, com caminhada até a Câmara de Vereadores.