Trabalhadores da educação de Minas Gerais mantém greve

Além de professoras, faxineiras, cantineiras, secretárias e outra carreiras aderiram ao movimento.

Paralisação de professores em Minas Gerais - Gill de Carvalho/Sind-UTE MG

Trabalhadores da educação permanecem em greve em Minas Gerais. A decisão foi tomada pela categoria em assembleia estadual, que aconteceu na última terça-feira (10), em Belo Horizonte. No próximo dia 18, os grevistas se reúnem novamente na capital para definir os rumos do movimento.

“O que temos ainda é insuficiente para a suspensão da greve. Isso é um forte recado ao governo do Estado que precisa se movimentar em torno dessas questões”, afirmou a presidenta do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Beatriz Cerqueira, se referindo às reivindicações não atendidas pelo governador Fernando Pimentel (PT). Entre elas, estão o pagamento do piso salarial nacional, a falta de verbas para o Ipsemg e o parcelamento do 13º salário.

“A gente espera que o governo nos trate com mais respeito”, afirmou o professor de história Ronei Moreira Conrado, que saiu de Natalândia, no noroeste mineiro, para participar da reunião. Para ele, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC), aprovada na assembleia, é um ganho para a categoria. A PEC tem o objetivo de modificar a Constituição Estadual e retirar a obrigatoriedade de um projeto de lei específico, a ser aprovado pelo governador, para garantir os reajustes do piso salarial nacional aos pagamentos dos trabalhadores da educação.

Categoria diversa

A paralisação acontece desde o dia 8 de março e atinge oito carreiras de servidores. Além de professoras e professores, também aderiram à greve cantineiras, faxineiras, pedagogas, secretárias, bibliotecários e administradores.

Com um salário de R$ 960, Ouvídia Alves Pereira, de Chapada Gaúcha, no Norte de Minas, trabalha há 16 anos como auxiliar de serviços gerais. “Entrei de greve atrás das melhorias, a gente merece um salário melhor, um décimo terceiro junto. Quando a gente recebe parcelado, não sabe nem o que fazer com R$ 200”, conta, indignada.

Também em greve, Ana Ramos trabalha na secretaria da Escola Estadual Antônio Augusto Ribeiro, em Betim, na Região Metropolitana. Para ela, a greve é uma tarefa árdua, porém necessária. “Cada escola tem uma realidade diferente. A precariedade é alta, só sabe quem vivencia. E quando a categoria decide por uma greve é porque é um último caminho a ser tomado”, ressalta.

Concurso

No domingo (08), aconteceu um concurso público para cargos da educação em Minas Gerais. Candidatos reclamaram que houve má organização na aplicação das provas, atrasos, e problemas de fiscalização. Beatriz Cerqueira afirma que o Sind-UTE/MG solicitou, logo na segunda (09), ao governo estadual que responda por esses problemas para que as pessoas que fizeram a prova não fiquem prejudicadas.