É campeão! Mas e dai?

Importantes, e milionários, campeonatos europeus conheceram nesse final de semana os seus campeões. Inglaterra, França, Alemanha, Itália e Espanha, principais campeonatos nacionais do Velho Continente apresentam finais monótonos e sem novidades…

Por Thiago Cassis*

Cavani - Divulgação

Times recheados de estrelas do futebol mundial, cifras estratosféricas, equipes avassaladoras, e torneios com disputas emocionantes apenas para decidir quem não cai pra segunda divisão. Esse foi o resumo dos principais campeonatos europeus nessa temporada. Na Inglaterra, o antes pequeno, Manchester City, alavancado por milhões de libras, chegou ao seu terceiro título em 7 anos, mais do que o clube tinha conquistado em toda sua história, que eram apenas 2. Faltando ainda 5 rodadas para o término do campeonato inglês, a equipe já tem 16 pontos na frente de seu grande rival, o Manchester United, que deu o título para o City ao tropeçar no último domingo (15).

Ainda mais sem graça foi o campeonato francês, onde o Paris Saint Germain de Neymar, Cavani e companhia, confirmou a conquista com um 7 a 1 frente ao vice-líder, o Mônaco. Por lá também ainda faltam 5 rodadas. Na Alemanha, com muitas partidas ainda restantes, já se sabe que o Bayern de Munique é o campeão, e ainda por cima, pela sexta vez seguida. Na Itália, parecia que o Napoli ressurgiria para atrapalhar a vida da Juventus, mas já com 6 pontos de vantagem, tudo indica que a Velha Senhora, como é chamada a equipe de Turim, conquistará sua sétima taça consecutiva, sim, sete títulos nacionais um atrás do outro!

Por fim, na Espanha, o Barcelona está muito perto de confirmar seu sexto título nessa década. E quando não é o Barça, normalmente é o Real Madrid que fica com a taça…

Portanto, embora, repleto de craques, os campeonatos mais ricos do mundo, são pobres de emoção e assistem as maiores hegemonias de suas centenárias histórias. Quando se trata de Champions League, a situação quase não muda… os mesmos de sempre chegando as fases finais. Com raras exceções.

Esse tipo de final sem a menor graça nos torneios nacionais, reforça sempre uma antiga ideia que sempre vai e volta por lá. A ideia de se criar um torneio no formato de liga com apenas os grandes, e ricos, disputando. Ou seja, juntar times como Juventus, PSG, Bayern, Barcelona, Real Madrid, Manchester City, Chelsea, todos em um mesmo campeonato de pontos corridos, colocando de uma vez por todas os nacionais em um segundo plano.

Fato é, e uma simples passada de olho no álbum de figurinhas da Copa do Mundo demonstra isso, que mais do que nunca todos os atletas de alto de nível do planeta estão concentrados em algumas poucas ligas. É a primeira vez que a página da seleção brasileira no álbum, por exemplo, não terá nenhum jogador sequer atuando em nosso país. Nosso campeonato nacional, que começou no último sábado (14), é nivelado por baixo, sim, mas não nos falta emoção, mesmo que com uma pobreza técnica crescente, justamente pela exportação dos nossos melhores atletas e a implementação de um estilo de jogo cada vez mais burocrático.

Para onde caminha o futebol mundial, não temos como adivinhar, mas uma previsão em cima do que assistimos atualmente, aponta para uma polarização cada vez maior entre os chamados “grandes europeus” e os resto dos clubes do planeta, incluindo os demais clubes da Europa que estão fora desse seleto grupo. Quem perde é quem gosta de jogos disputados e campeonatos onde já na primeira rodada não se saiba o campeão, pelo menos dessa mal, o Brasileirão não sofre.