Consórcio dos Estados do Nordeste cria versão local do Mais Médicos

Os governadores do Nordeste provam mais uma vez o seu compromisso com o povo e resistência frente aos retrocessos do governo de Jair Bolsonaro (PSL). O expoente mais recente disso é a criação de uma versão local do programa Mais Médicos, aprovada nesta segunda-feira (29) pelo Consórcio Nordeste. A iniciativa reúne os nove governantes da região sento quatro do Partido dos Trabalhadores.

Mais Médicos - Araquém Alcântara

O objetivo do programa é suprir a demanda por atendimento que se criou com a saída dos médicos cubanos. Os profissionais começaram a deixar o Brasil em novembro de 2018, pois, com a eleição de Bolsonaro, que sempre criticou o Mais Médicos, o governo cubano decidiu romper a parceria. A quebra do acordo resultou no fim do programa que atendia 63 milhões de brasileiros.

Nesse sentido, a iniciativa do Consórcio surge como uma forma de conter os estragos do Governo Federal, que prejudica principalmente o povo mais pobre do país. O programa prevê ampliação do atendimento e parcerias com as universidades estaduais.

A ideia é que as instituições de ensino completem a grade de disciplinas para validar os diplomas de brasileiros que cursaram medicina fora do país. De acordo com a Folha de S. Paulo, esse número é de 19 mil graduados. Em contrapartida, esses profissionais que revalidarem do diploma devem atuar nas regiões mais desassistidas do Nordeste.

O Consórcio Nordeste é chefiado pelo governador da Bahia, o petista Rui Costa, e conta ainda com outros três governadores do PT: Camilo Santana (CE), Fátima Bezerra (RN) e Wellington Dias (PI). Também participam os governadores Flávio Dino (PCdoB-MA), João Azevedo (PSB-PB), Paulo Câmara (PSB-PE), Belivaldo Chagas (PSD-SE) e Renan Filho (MDB-AL). O grupo tem como superintendente o ex-ministro Carlos Gabas (governos Lula e Dilma).

Sobre a iniciativa, Rui Costa afirma: “não podemos deixar o povo esperando a chegada de médicos que, até o momento, não sabemos quando irá ocorrer”. A fala é uma referência a um programa que o governo Bolsonaro anunciou para tentar substituir o Mais Médicos, mas que ainda não saiu do papel ou tem qualquer detalhamento sobre como seria implementado.

Costa reitera que os governadores do Nordeste tomaram a dianteira nessa pauta porque a falta de respostas “provoca sofrimento às pessoas que precisam de atendimento”.