Se a Catalunha se separar, Espanha será “muito mais pobre”

A separação da Catalunha seria desastrosa para a economia da Espanha, advertiu o banco Credit Suisse, dias antes das eleições parlamentares onde os independentistas esperam conseguir uma maioria que lhes permita submeter a um referendo a questão da "soberania".

O banco suíço destaca que a Espanha vai se tornar um país muito mais pobre. Com 7,5 milhões de habitantes, a Catalunha representa 20% da economia do estado e seu PIB per capita é mais elevado que o do resto da Espanha. A Catalunha por si mesma estaria mais ou menos em linha com a média da zona do euro. Enquanto o resto da Espanha, pelo contrário, seria um dos países mais pobres do bloco, juntamente com a Grécia e Portugal.

A princípio, parece um bom negócio para a Catalunha. Mas há um porém, destacam os especialistas. Se a região, formalmente se separar, pode ter que abandonar o euro e a UE, pelo menos temporariamente. O presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, disse que a Catalunha teria que solicitar a sua incorporação ao bloco.

Uma caminho com obstáculos

A renúncia ao euro poderia causar um pouco de desorganização econômica, segundo o Credit Suisse. Além disso, o Governo da Catalunha permanece fortemente endividado e isso seria um problema se ela não puder contar com os fundos de resgate da eurozona.

"Uma queda de 20% na renda per capita levaria a Catalunha a cair abaixo do nível de riqueza do resto da Espanha", diz o relatório. "E isso não leva em conta possíveis efeitos de fuga de capitais, a instabilidade financeira e a introdução de uma nova moeda."

De fato, essa é uma razão pela qual o Credit Suisse acredita que as convocações à independência são mais uma tática de negociação por parte do Governo da Catalunha que uma possibilidade séria. A secessão exigiria não só uma mudança na Constituição da Espanha – é improvável que o governo central permita isso – , mas também poderia causar um caos econômico.

"Por isso, é muito improvável", conclui o relatório, "que a Catalunha escolha a opção de declarar unilateralmente a independência." Embora, naturalmente, isso não seja uma certeza.

Fonte: Cuba Debate