Ibope confirma favoritismo tucano em SP; PT lidera para o Senado

A pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira aponta que, se a eleição fosse hoje, o ex-prefeito José Serra (PSDB) venceria a disputa pelo governo estadual de São Paulo já no primeiro turno. A sondagem foi encomendada pelo Setcesp (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região) e foram ouvidas 1.204 pessoas, entre os dias 1 e 3 deste mês, em 63 municípios de São Paulo. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.

No primeiro cenário, o candidato tucano Serra teve 51% das intenções de voto contra 17% da pré-candidata do PT Marta Suplicy e 8% do virtual candidato do PMDB Orestes Quércia.

Com o ex-prefeito Paulo Maluf (PP) na equação, Serra teria 52% dos votos, contra 18% de Marta e 5% do pepista.

Substituindo os candidatos petistas, Serra teria 55% dos votos, contra 7% do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e 11% de Quércia. Com Maluf novamente, Serra teria 57% dos votos, Mercadante, 8%, enquanto o pepista manteria a taxa de 5%.

Segundo turno

A pesquisa do Ibope também fez simulações para um eventual segundo turno da sucessão estadual em São Paulo, confirmando a vitória de Serra.

Em uma disputa de Serra e Marta, o tucano teria 62% dos votos contra 23% da candidata petista. Contra o senador Mercadante, Serra teria 67% dos votos e o seu rival petista, 16%.

Já em um confronto com o peemedebista Quércia, o ex-prefeito de São Paulo obteria 63% dos votos, enquanto o ex-governador, 17%.

Marta acha que Serra ainda cairá por causa da renúncia

 Ao comentar a pesquisa Ibope de hoje, a ex-prefeita Marta Suplicy disse que Serra ainda vai cair nas pesquisas quando o eleitor souber que o ex-prefeito usou a prefeitura como trampolim.

_Faltam seis meses para as eleições e o cenário eleitoral ainda vai mudar muito. Estou satisfeita com a sólida intenção de voto que tenho na capital e vejo que há muito espaço para progredir em todo o estado. O candidato Serra sofrerá o desgaste da perda de credibilidade com sua falta de palavra, já que usou a prefeitura como trampolim para ambições pessoais. Abandonou a cidade nas mãos do Kassab, ex-secretário do Pitta. O estado é governado há 12 anos pelo PSDB, e agora pelo PFL, e nesse período não houve políticas de desenvolvimento regional e geração de empregos. Os estudantes sofrem com a baixa qualidade da educação e a falta de oferta de cursos para a formação profissional. A saúde está doente pela má gestão e a ação tucana na segurança e, especialmente na Febem, é um fracasso que ameaça a integridade dos cidadãos. A campanha eleitoral vai mostrar tudo isso – disse Marta.

Suplicy lidera para o Senado

A pesquisa Ibope também indica que o senador Eduardo Suplicy (PT) lidera as intenções de voto para uma vaga no Senado Federal, onde ele tenta um novo mandato.

Foi divulgado somente um cenário com candidatos possíveis. Neste quadro, Suplicy tem 41% das intenções de voto, contra 21% do ex-governador Orestes Quércia, que também é considerado como um possível candidato ao governo estadual. Outro possível candidato ao Estado também entrou na sondagem para o Senado: o tucano José Anibal, que atualmente é vereador por São Paulo, tem 9% dos votos para o parlamento federal.

O presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Guilherme Afif Domingos, teve 3% de intenção de voto para o Senado. O PFL de São Paulo já havia indicado o empresário como seu possível candidato ao Palácio dos Bandeirantes (a sede do governo paulista).

Paulistas preferem Alckmin

A mesma pesquisa aponta que o candidato tucano à Presidência da República, Geraldo Alckmin, tem a preferência do eleitorado paulista. Segundo a pesquisa, Alckmin aparece com 46% das intenções de voto contra 28% de Lula.

Na sondagem anterior, realizada em fevereiro, Alckmin e Lula obtiveram 32% das intenções de voto. Mas naquele mês Alckmin ainda não havia sido oficializado como candidato do PSDB à Presidência –o ex-prefeito José Serra também era cotado para a vaga tucana.

O pré-candidato do PMDB, Anthony Garotinho, obteve somente 5% das intenções de voto, enquanto a senadora Heloísa Helena (PSOL) conseguiu 3%.

O resultado indica um "desempate" em uma virtual disputa entre os dois candidatos. Em um eventual segundo turno, Alckmin seria o vencedor das eleições, com 55% das intenções de voto contra 31% de Lula.

Na espontânea, vantagem tucana é menor

Já na pesquisa espontânea que segundo os analistas é a que mais reflete a tendência do eleitorado, a vantagem de Alckmin sobre Lula cai bastante e, se forem considerados os limites da margem de erro (3% para mais ou para menos), pode indicar um empate técnico. Quando é perguntado ao eleitor em quem ele votaria para presidente se a eleição fosse hoje e não lhe é mostrada nenhuma lista de candidatos, Alckmin obtém 25% das intenções de voto contra 21% do presidente Lula. No mês de fevereiro, a amostra espontânea, realizada pelo Ibope para avaliar a intenção de voto para presidente República, no Estado, registrou 11% de preferência por Alckmin e 23% para Lula.

O resultado não surpreendeu os analistas políticos. Eles acreditam que o favoritismo de Alckmin em São Paulo se deve ao fato do ex-governador ser bem avaliado e não ter sido, por enquanto, alvo de uma campanha difamatória como a que atinge o governo Lula.

_A imprensa paulista é a mais raivosa nos ataques ao governo federal e ao PT, ao mesmo tempo que protege e enaltece a administração tucana. Com o início da campanha eleitoral na TV esta redoma de proteção que Alckmin tem hoje em São Paulo pode ruir e a imagem do ex-governador corre risco de se desgastar rapidamente –  disse um aliado do governo que preferiu não ter seu nome divulgado.

Avaliação dos governos

A pesquisa também indica uma queda na avaliação da administração do presidente Lula e do governo do tucano Geraldo Alckmin. A mostra indica queda da avaliação do governo petista de ótimo e bom de 33% em fevereiro deste ano para 30% na pesquisa deste mês. Do total de entrevistados, 29% classificaram o governo Lula de ruim e péssimo, contra 23% em fevereiro; e 38% consideraram a administração de Lula regular, contra 39% registrado em fevereiro.

Sobre o governo de Geraldo Alckmin, a mostra deste mês mostra que a avaliação de ótimo e bom teve queda e ficou em 62% – na pesquisa de fevereiro este índice era de 65%. Em fevereiro, 23% dos entrevistados consideraram a administração do tucano regular – na mostra de abril, este índice ficou em 27%. A avaliação de ruim e péssimo registrou o mesmo porcentual em fevereiro e em abril, de 7%.

A administração de José Serra na Prefeitura da capital também foi avaliada. Do total de 1.204 entrevistados, 49% consideraram a gestão Serra de ótima e boa, 28% consideraram regular, 13% avaliaram como ruim e péssima e 10% não opinaram.

Partidos

Apesar dos recentes escândalos que atingiram o Partido dos Trabalhadores, a pesquisa Ibope indica que 17% do total de entrevistados tem preferência por esta legenda. O segundo lugar fica com o PSDB, que tem 14%.

Na comparação com a avaliação realizada pelo Ibope em fevereiro deste ano, o PT caiu 2 pontos percentuais, pois registrou naquele período 19%. E o PSDB subiu 4 pontos percentuais, porque no mês de fevereiro registrou 10% da preferência partidária.
Ainda de acordo com a mesma pesquisa, o PMDB aparece como a terceira legenda preferida dos entrevistados, com 11%; seguida do PFL, com 2%; PTB, com 2% e PCdoB, PSB, PV e P-Sol, todos com 1% cada. O maior índice registrado, porém, foi o da não preferência por partidos políticos, que alcançou 43%. Em fevereiro, os entrevistados que disseram não ter preferência por nenhum partido somavam 48% das intenções.

CONFIRA ABAIXO MAIS DETALHES DA PESQUISA:

1º turno (espontânea)

Alckmin: 25%
Lula: 21%
Serra: 2%
Garotinho: 1%
Heloísa Helena: 1%
Marta Suplicy: 1%
Branco/nulo: 13%
Não sabe/não opinou: 36%

Neste cenário, a maior vantagem de Alckmin, se dá entre pessoas do sexo masculino (26%), com renda média superir a 10 salários mínimos (45%), com idade entre 30 e 39 anos (28%) e com diploma de nível superior (47%).

Lula também vai melhor junto às pessoas do sexo masculino (27%), com renda a partir de 10 mínimos (24%), idade entre 25 e 29 anos (24%) e grau de instrução atré o nível médio (23%).

1º turno (induzida)

Alckmin: 46%
Lula: 28%
Garotinho: 5%
Heloísa Helena: 3%
Enéas: 2%
Branco/nulo: 9%
Não sabe/não opinou: 7%

Cristovam Buarque, José Maria Eymael e Roberto Freire, também presentes na lista, não alcançaram 1% das intenções de voto.

Neste cenário, Alckmin vai melhor entre pessoas do sexo feminino (48%), com idade entre 16 e 24 anos (50%), renda entre 5 e 10 mínimos (52%) e com nível superior (58%).

Lula concentra as preferências entre eleitores do sexo masculino (33%), com idade entre 25 e 29 anos (32%), renda acima de 10 mínimos (30%) e entre eleitores até a 4ª série do ensino fundamental (30%) e que têm o ensino médio (30%).

2º turno

Alckmin: 55%
Lula: 31%
Branco/nulo: 9%
Não sabe/não opinou: 5%

Neste cenário, Alckmin se sai melhor entre pessoas do sexo feminino (59%), com idades entre 16 e 24 anos (60%), com nível superior (65%) e renda familiar entre 5 e 10 mínimos (61%)

Lula vai melhor entre eleitores do sexo masculino (38%), com idades entre 25 e 29 anos (34%), que estudaram até a 4ª série do ensino fundamental (36%) e com renda entre 2 e 5 mínimos (33%).

Da redação,
com informações das agências