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Greve de professores em São Paulo completará 15 dias

Professores e funcionários da rede municipal em São Paulo estão paralisados desde 28 de março. Os números da greve, divulgados pelo Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo

Só nesta sexta-feira (07/04), mais de 20 mil profissionais participaram de assembléia no vão livre do MASP, na Avenida Paulista. Após a assembléia, a categoria foi para a frente da sede da prefeitura, no Centro. O encontro deliberou a continuidade do movimento ao menos até quarta-feira, dia 12 de abril. É quando a categoria volta a se reunir, às 14 horas, em frente à Secretaria Municipal de Gestão. Até lá, a paralisação vai completar 15 dias. É a maior da história da categoria desde 1987, quando professores ficaram por 17 dias em greve.

Na próxima quarta-feira, haverá ainda reunião entre representantes do governo e de entidades sindicais dos vários setores da Prefeitura, inclusive a Educação. Sucessor de José Serra na prefeitura, Gilberto Kassab, do PFL, aderiu ao mesmo figurino da gestão tucana e segue o desmonte da educação. Todas as reivindicações da categoria foram entregues a Serra-Kassab no começo de março, mas a prefeitura não apresenta contrapoposta.

Descaso e desmonte – Não foi por acaso que a decisão de continuar a greve foi unânime. Segundo nota do Sinpeem, trata-se de “uma resposta às políticas que vem sendo aplicadas pelo governo municipal, que vem se recusando a atender às reivindicações econômicas, funcionais e de alteração das diretrizes educacionais implantadas na rede, como o programa ‘São Paulo é uma escola’”.

A nota explica que, no momento, “faltam profissionais, condições físicas e logísticas para a implantação deste projeto, provando a total contradição entre o programa e a realidade vivenciada na rede pública do ensino municipal”. O que Kassab quer pagar, em julho, é apenas a Gratificação por Desenvolvimento Educacional (GDE), no valor de R$ 350.  É pouco para uma categoria que não tem reajuste real dos salários há mais de dez anos.

A principal reivindicação é o aumento, para R$ 960, do piso salarial de profissionais em início de carreira. Para uma jornada de 20 horas por semanas, professores em início de carreira recebem R$ 509. Já novos funcionários ganham ao menos R$ 457 por 40 horas semanais. A categoria também luta por convocação de docentes aprovados em concurso e redução do número de alunos por sala, entre outras reivindicações.

Além do encontro desta sexta-feira, a dupla Serra-Kassab havia sido alvo de mais cinco manifestações — nos dias 17, 28 e 31 de março e 4 de abril. Reportagem da “Folha de S.Paulo” confirmou a precarização do ensino denunciada pelo Sinpeem. Dentre todas as capitais do Brasil, São Paulo só não paga pior, proporcionalmente, do que Vitória (ES). São apenas R$ 7,68 por hora-aula na capital paulista, ante R$ 8,17 no Rio de Janeiro (RJ) e R$ 12,22 em Belo Horizonte (MG).