Uruguai dá por encerradas negociações sobre fábricas de celulose

O governo do Uruguai deu hoje por encerradas as negociações com a Argentina sobre a questão das fábricas de celulose, informou o chanceler uruguaio, Reinaldo Gargano. "Por instrução direta do presidente, Tabar&

O governo de Montevidéu informou que convocará em caráter de urgência o Conselho do Mercosul para analisar a situação gerada entre ambos os países. Além disso, enviará uma nota informativa ao Tribunal Internacional de Haia apresentando a retrospectiva do conflito e os prejuízos causados ao país, embora, por enquanto, não pedirá que o órgão medeie a disputa entre as usas nações.

A decisão foi tomada "devido à falta de resultados positivos nas negociações" e ao fato de "não ter havido uma resposta à última proposta uruguaia", acrescentou Gargarno. O Uruguai enviou uma minuta de possível acordo ao governo argentino depois que, na quarta-feira passada (5), foi adiada pela segunda vez uma reunião dos presidentes de ambos os países. A resposta à proposta, que deveria ser dada em até 48 horas, "nunca chegou", por isso essa etapa foi dada "por concluída", apesar das "ingentes gestões" para o alcance de um acordo, acrescentou o ministro.

Gargano destacou que, por decisão da Presidência da República o caso agora será diretamente tratado pelo Ministério das Relações Exteriores uruguaio, "que defenderá os direitos do país".

O confronto entre ambos os governos, que está há vários meses sem solução, se deve à construção de fábricas de celulose pela empresa espanhola Ence e a finlandesa Botnia no departamento uruguaio de Rio Negro, a cerca de 320 quilômetros de Montevidéu. As unidades, que estão localizadas nas margens do Rio Uruguai, em frente à província argentina de Entre Ríos, são criticadas pela Argentina devido ao risco de danos ao meio ambiente.

Em 26 de março, as empresas anunciaram a suspensão das obras por 90 dias para “contribuir na abertura de um diálogo” entre os países. A paralisação era condição imposta pelo governo argentino para a realização do encontro presidencial. Enquanto o governo uruguaio exigia a retirada dos bloqueios que ambientalistas argentinos mantinham nas pontes internacionais que unem os países.

Da Redação
Com agências