Michelle completa hoje um mês à frente do Chile

Com 52,6% de aprovação – quase dois pontos a menos que quando foi eleita – e muitas interrogações, a presidente chilena, Michelle Bachelet, completa hoje seu primeiro mês de governo. Em uma corrida contra

As primeiras foram dadas por ela na sexta-feira passada, quando em um encontro com aposentados no município de Copiapó, disse que “em um mês cumprimos 30% das 36 medidas que prometemos para os primeiros 100 dias” de governo. Ela enumerou o rebaixamento da idade para receber atenção hospitalar gratuita para 60 anos e o envio ao Congresso dos projetos que aumentam as pensões, ampliam a cobertura das assistências, entre outras coisas.

Neste sentido, também destacou a ampliação dos subsídios para o programa de bonificação para contratação de jovens e o aumento do pagamento de soldados profissionais para as Forças Armadas. Nesta ordem, instalaram também comissões de especialistas do governo e da oposição de direita para propor mudanças aos sistemas orçamentário e de eleições, assim como criar o Ministério de Segurança Pública.

O primeiro mês do seu governo não foi sem complicações. A apenas dois dias de assumir o mandato, seu ministro do Interior, Andrés Zaldívar, enfrentou uma crise que desembocou na renúncia da governadora de Cautín, Solange Chesta. A este episódio se somou logo o equivocado anúncio da ministra de Saúde, María Soledad Barria, sobre a entrega massiva da pílula do dia seguinte (anticonceptiva) e a também errônea designação da diretora do Instituto Nacional de Estatística Mariana Schkolnik.

As medidas de caráter social – que receberam no início forte respaldo popular – encontraram também dificuldades, quando foram condicionadas no projeto de lei a manter em firme o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) em 19%. Esta carga impositiva era de 18 e subiu transitoriamente a 19, proposta do ex-presidente Ricardo Lagos em 2004 para enfrentar programas sociais, mas com a promessa de baixar novamente à cifra original em janeiro de 2007.

O movimento causou forte controversa, inclusive dentro das próprias fileiras dos partidos do governo, que a consideram desnecessária e compromete a promessa eleitoral da presidente de não aumentar os impostos. Para os economistas, os planos sociais comprometidos, que consideram que com um custo aproximado de 600 milhões de dólares podem ser financiados perfeitamente com as entradas adicionais pelos altos preços do cobre, que podem chegar a 500 bilhões este ano.

O projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados, mas com fortes questionamentos de congressistas da coalizão do governo e rechaço no bloco da oposição de direita ao capítulo que se refere à manutenção do IVA em 19%. A integração das comissões, especialmente as das reformas orçamentária, tampouco foi bem recebida pelos setores trabalhistas e de esquerda, já que esteve integrada fundamentalmente por figuras do governo, da extrema direita opositora e empresários.

Segundo pesquisa do centro de estudos Adimak, publicada na semana passada, Bachelet tinha 52,6% de aprovação nas primeiras três semanas de governo, quase dois pontos percentuais, menos que 54,4% que obteve nas presidenciais de janeiro.

Da redação
Com informações da Prensa Latina