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Encontro será marco na história da CSC

Encerrou-se nesta segunda-feira (10/04) o processo de preparação do 6º Encontro Nacional da CSC — Corrente Sindical Classista. O saldo das reuniões inicias é positivo, segundo Marcelo Cardia, da Coordenaç&atil

A delegação de Minas Gerais tem 50 pessoas. Na seqüência, vêm São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará (40), Pernambuco (35), Sergipe e Rio Grande Norte (30), Rio Grande do Sul (25), Paraíba (20), Amazonas (18), Alagoas (12), Goiás, Distrito Federal e Maranhão (dez), Espírito Santo (sete), Piauí, Pará e Santa Catarina (cinco), Paraná (quatro), Acre e Mato Grosso do Sul (2), Amapá, Tocantins, Rondônia, Mato Grosso e Roraima (um).

O processo de mobilização, debates e escolha de representantes animou os dirigentes. “Esperávamos cinco delegados do Amazonas, por exemplo. Mas vão [ao Encontro] 15 ou 20 camaradas — uma surpresa”, diz João Batista Lemos, coordenador nacional da CSC. Outro destaque é a repercussão do Encontro nos movimentos classistas estrangeiros. A Frente de Trabalhadores da Energia — uma das principais entidades mexicanas — enviou carta de saudação ao encontro, assinada pelos membros de seu comitê executivo. “Que, junto a outros setores classistas, nos encontremos em uma só força proletária, em termos regionais e internacionais, contribuindo para a transformação do mundo”, expressou a Frente.

A delegação internacional será composta por Carmen Godínez (do Departamento de Relações Internacionais da CTC — Central dos Trabalhadores de Cuba); Ramon Cardona (secretário para a América Latina da FSM — Federação Sindical Mundial); Mario Alderete (coordenador-geral da MPSL — Movimento Político Sindical de Libertação); Angel Crespo Sánchez (secretário-geral da CCOO — Comissão Obreira Nacional da Catalunha); Jean-Pierre Page (vice-presidente do L´observation de la Mondialisation Internacional Consultant); e Koutras Theodoros (membro da Secretaria Executiva do PAME — Frente Militante de Todos os Trabalhos da Grécia).

“Em seus 18 anos de atuação, completados em 9 de abril,  nunca a CSC esteve às voltas com tantos desafios”, avalia Cardia. “A Corrente já tem uma identidade nacional. O que falta, agora, é fortalecer as coordenações estaduais, deslocando os principais quadros para a linha de frente.” Cardia aponta para a necessidade de auxiliar mais a CUT no movimento sindical e nas lutas políticas. Rearticular o movimento classista, segundo ele, é uma das estratégias centrais do 6° Encontro, para superar a crise do sindicalismo.

As outras estratégias projetam a CSC em lutas que vão além dos limites brasileiros. O Encontro vai tratar da atuação internacional da Corrente, o que inclui filiação à Federação Sindical Mundial (FSM). Na América Latina, os principais encaminhamentos vão no sentido de fortalecer as diversas correntes sindicais classistas pela região e criar, com elas, um fórum unitário de resistência ao neoliberalismo.

“Se o momento é de aprofundamento da globalização neoliberal, também vemos aumento constante da resistência — na França, na Itália, na América Latina, em todo o mundo. O ataque aos direitos trabalhistas é universal e exige mais união”, afirma Batista Lemos. De acordo com o coordenador da CSC, os movimentos sindicais tendem a se bifurcar: um pólo defende a renovação e o fortalecimento do sindicalismo classista, enquanto o outro pólo se prende a polícias assistencialistas.

Para os desafios nacionais, Batista ressalta que a CSC deve ter mais capacidade de intervenção na política, ousando-se a apresentar propostas. Além disso, é preciso ter maior inserção no movimento dos trabalhadores. Essas duas lutas, que a CSC vai defender também na CUT, exigem “uma definição mais clara de nosso projeto nacional, com valorização do trabalho e um movimento sindical atrelado à política”.

Segunda maior força da CUT, a CSC pretende levar à maior central sindical do Brasil propostas de direção política mais autônoma. Com Lula na presidência, a CUT se viu diante de uma experiência inédita e ainda pode amadurecer mais no cenário político. “Devemos apoiar um presidente que representa os trabalhadores, que é egresso do sindicalismo. Mas a melhor forma de ajudar é com autonomia, sem oposição nem adesismo imediato”, finaliza Batista.

Por André Cintra,
da Redação