PT quer ouvir filho de Alckmin na Assembléia Legislativa

O Ministério Público de SP decidiu investigar se há ligação entre a sociedade de Thomaz Alckmin, filho do ex-governador Geraldo Alckmin, com Suelyen Jia, filha do acupunturista do ex-governador e os convênios do médico co

 

O deputado Renato Simões (PT) pretende protocolar nesta terça-feira um requerimento convidando o filho do ex-governador Geraldo Alckmin, Thomaz Rodrigues, para ser ouvido na comissão de Finanças Públicas da Assembléia Legislativa.

O convite também inclui Suelyen Jou, filha do acupunturista de Alckmin, Jou Eel Jia. O jornal "O Globo" revelou que ambos são sócios numa loja de produtos naturais.

"Notamos que há uma promiscuidade entre o público e o privado em vários episódios envolvendo Alckmin e seu médico. Queremos saber se a sociedade dos dois filhos também tem relação com isso", afirmou Simões.

Na semana passada, a Folha informou que uma revista de Jou Eel Jia, a "Ch'an Tao", recebeu R$ 60 mil em publicidade da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista em 2005. Outros R$ 60 mil já foram aprovados para a próxima edição, que deve ser publicada no mês que vem. Alckmin é o destaque na capa da revista deste mês.

Em agosto de 2003, um convênio entre a Secretaria Estadual da Saúde e a Associação de Medicina Tradicional Chinesa do Brasil, de Jia, autorizou a realização de curso de especialização em acupuntura para médicos e profissionais da saúde.

O ex-governador atribui a origem das denúncias a "petistóides". Alckmin afirma que o acupunturista realiza trabalhos voluntários. Em relação à sociedade do seu filho com a filha do mesmo acupunturista, Alckmin afirma que se trata apenas de uma microempresa, que nunca vendeu nada para o Estado.

Ele também disse que não há problema algum em um órgão estadual patrocinar a revista "Ch'an Tao". "A revista é de uma entidade sem fins lucrativos, que trata de temas como saúde, e não há nenhum problema do Estado fazer sua promoção."

Procedimentos

Um outro requerimento, que a oposição também pretende apresentar nesta quarta-feira, pede uma auditoria do TCE (Tribunal de Contas do Estado) nos contratos de publicidade da Nossa Caixa. O requerimento quer esclarecer a denúncia de que o banco teria direcionado verbas para favorecer programas de TV, rádio e publicações de aliados da administração tucana.

Uma vez protocolados, os requerimentos devem ser discutidos e depois votados na comissão. Os deputados da situação devem manobrar para evitar a votação.

Na semana passada, a Comissão de Finanças Públicas aprovou dois requerimentos convocando dirigentes da Nossa Caixa e ex-assessores de comunicação do governo de Geraldo Alckmin (PSDB). A liderança do governo tem até 30 dias para marcar as datas dos depoimentos.

Com Folha de S.Paulo