Segundo turno no Haiti registra baixo comparecimento

O Conselho Eleitoral Provisório (CEP) considerou "positiva" a eleição e afirmou que houve apenas "incidentes menores". A apuração começou em clima de excitação em

A votação começou sem contratempos às 6h da manhã (8h de Brasília), como estava previsto, e a maioria das seções fechou às 16h (18h de Brasília).  A Missão de Estabilização das Nações Unidas para o Haiti (Minustah) mobilizou 12 mil homens para garantir a segurança. Cerca de 3,5 milhões de eleitores estavam inscritos para escolher 30 senadores e 97 deputados. No dia 14 de maio, os eleitos vão empossar René Préval como novo presidente haitiano.

Uma pessoa morreu e várias ficaram feridas em diferentes incidentes registrados durante o segundo turno das eleições para o Parlamento do Haiti. 
O mais grave aconteceu em Grande Saline, em Artibonite (norte do país). Bertin Désir, representante de um partido político, foi assassinado por seu primo Ricardo Désir, militante de outro partido, segundo a imprensa local. Além disso, um homem foi ferido por balas perdidas. As autoridades eleitorais tiveram que suspender a votação na cidade.


Em Deschappelles, também em Artibonite, Marc Michel, do Conselho Nacional de Observadores, foi baleado pelo candidato a deputado Jean Beauvoi Dorson. 
Em Acul-du-Nord (também no norte) 10 pessoas foram detidas por "uma situação de tensão rapidamente controlada pelas forças da ordem", segundo a Polícia.

Entretanto, ao final do pleito, o  Comitê fez um "balanço positivo".  Seu presidente, Max Mathurin, lamentou apenas os "incidentes menores".
Segundo Mathurin, a organização foi melhor que no primeiro turno, dia 7 de fevereiro.


O chefe da missão de observação eleitoral da União Européia, o deputado belga Johan Van Hecke, constatou "uma participação de no máximo 15%".
O primeiro-ministro interino, Gérard Latortue, que votou no bairro Pétion-Ville de Porto Príncipe, Latortue lamentou que a baixa participação dos eleitores seja "uma tradição no Haiti". "As eleições parlamentares não são levadas a sério", mas "esta tradição deve mudar", opinou.


O secretário-geral do CEP, Rosemond Pradel, atribuiu a baixa participação ao fato de que "os haitianos ainda são presidencialistas" e que "os candidatos, empobrecidos, não tiveram condições de promover uma campanha séria, que mobilizasse os eleitores para o segundo turno".

As eleições encerram o ciclo de instituições políticas provisórias no Haiti. A crise começou com a derrubada do país, à beira de uma guerra civil, do então presidente Jean-Bertrand Aristide, exilado na África do Sul há dois anos.
Préval venceu por maioria absoluta as eleições presidenciais de fevereiro, nas quais só dois dos milhares de candidatos ao Congresso obtiveram os votos suficientes para não precisar do segundo turno.


Da Redação
Com agências