Dívida interna pública sobe 1,1% e alcança R$ 1,02 trilhão

A dívida pública mobiliária federal interna aumentou 1,1% em março sobre fevereiro, atingindo R$ 1,02 trilhão, como resultado da apropriação de juros, informaram o Tesouro Nacional e o Banco Central (BC). No mês, houve um resgate líquido de R$ 3,1 bilhões

O Tesouro informou que as instituições estrangeiras compraram 41% do volume total de títulos emitidos em março. Nos prefixados, a participação dos estrangeiros ficou em 54%. A parcela da dívida corrigida pela Selic, incluindo os contratos de swap, caiu para 49,55% em março, frente a 50,95% em fevereiro. A dívida atrelada ao câmbio está negativa em 1,59%, contra -1,37% em fevereiro. A parcela da dívida prefixada aumentou para 28,75% em março, frente a 27,88% no mês anterior. Excluindo os contratos de swap (derivativos que supõem a permuta de títulos por outros ativos financeiros), os papéis corrigidos pela Selic corresponderam a 45,64% do total. O percentual da dívida atualizado por índices de preços ficou em 21,23%. Os títulos atrelados ao câmbio somaram 2,33% do total. O prazo médio do estoque da dívida caiu para 29,3 meses, frente a 29,5 meses em fevereiro.
A participação de estrangeiros na compra de títulos da dívida interna emitidos no mercado primário aumentou de menos de 5% no início do ano para cerca de atuais 20%. De acordo com o Tesouro, o impulso para as aquisições veio com a edição de uma medida provisória, em fevereiro, que isentou o aplicador internacional do pagamento de Imposto de Renda sobre os ganhos com essas operações.  O Tesouro disse que, em fevereiro e março, do total emitido, 20% foi adquirido por não-residentes por meio de instituições nacionais ou estrangeiras. O Tesouro disse também que as instituições estrangeiras compraram 41% do volume total de títulos emitidos no mês passado. Nesse caso, vale frisar, as compras também podem ter sido feitas por brasileiros através de bancos internacionais.
Com relação à participação estrangeira específica, o volume foi identificado pelo Tesouro com base em uma amostragem de cerca de 95% dos investidores. "Se esse fluxo for mantido, o total de investimentos estrangeiros em títulos da dívida interna este ano ficará muito acima dos US$ 5 bilhões estimados pelo Tesouro em fevereiro," afirmou o coordenador-geral da Dívida Pública, Ronnie Tavares. Segundo ele, a projeção considerava que a participação dos estrangeiros no fluxo das compras ficaria em torno de 3 por cento de janeiro a dezembro. Tavares destacou que o apetite dos estrangeiros por papéis emitidos no mercado doméstico depende de outros fatores, entre eles o cenário externo. Por causa de outras variáveis, complementou Tavares, fica quase impossível prever se a média de 20% será mantida, ou mesmo elevada. Em fevereiro e março, os estrangeiros adquiriram 57% dos papéis com vencimento acima de 10 anos. Para papéis de 3 a 10 anos, a participação internacional atingiu 33% e, para títulos de até 3 anos, 7%.

Com agências