CSC lança nota sobre seu 6º Encontro Nacional

Uma semana após seu 6º Encontro Nacional, a Corrente Sindical Classista (CSC) divulgou nota em que indica as principais resoluções do evento. O documento destaca a filiação da entidade à Federaçã

Encontro Nacional aprova filiação da CSC à FSM e propõe Fórum Sindical das Américas

Reunidos nos dias 17 a 19 de abril na cidade de Aracaju (SE), durante o 6º Encontro Nacional da Corrente Sindical Classista(CSC), cerca de 600 lideranças, representando mais de 500 sindicatos, decidiram aprovar por unanimidade, depois de um intenso debate, as propostas de filiação da CSC à Federação Sindical Mundial (FSM) e criação de um Fórum Sindical das Américas, mais amplo, incluindo outras centrais sindicais, com o propósito de definir encaminhamentos unitários para a luta em defesa dos interesses da classe trabalhadora e contra a ofensiva neoliberal no continente.

O acirramento da luta de classes, provocado pela ofensiva neoliberal, traz novos desafios ao movimento sindical em todo o mundo e no Brasil, renovando em especial a necessidade de valorizar o internacionalismo proletário e procurar formas de globalizar as lutas sociais. O momento exige a intensificação da solidariedade de classes em âmbito internacional para fazer frente a ideólogos e políticos neoliberais que procuram estimular a divisão no seio da classe trabalhadora, disseminando preconceitos étnicos e concepções falsas que atribuem o desemprego massivo às legislações trabalhistas e à oferta de mão-de-obra barata por imigrantes negros.

Tendo em vista a necessidade de intensificar o trabalho sindical no plano internacional, o 6º Encontro Nacional aprovou a proposta de filiação da CSC à FSM. Os classistas consideraram ainda que a orientação política que historicamente tem prevalecido no interior da CIOSL (Confederação Internacional de Organizações Sindicais Livres) é pautada pela conciliação de classes com o capital financeiro internacional e o neoliberalismo, limitando-se a batalhas pontuais contra os aspectos mais aberrantes do capitalismo. Reconhecem, contudo, que no interior da CIOSL atuam  também centrais sindicais combativas, como é o caso da CUT.

Diferentemente, a FSM propõe um combate firme à “lógica rapina e depredadora do sistema capitalista e imperialista”, entendendo que seria ilusório concentrar-se “somente em enfrentar os seus excessos”, conforme sugere a resolução final do seu XV Congresso, que contou com a participação de lideranças da CSC. Os delegados e delegadas ao 6o Encontro Nacional da CSC pronunciaram-se igualmente pelo fortalecimento das Correntes Sindicais Classistas da América do Sul, aprovando uma resolução orientada pelos três seguintes pontos:

– Aprovar a proposta de filiação da CSC à Federação Sindical Mundial, com o objetivo de reforçar o movimento de renovação desta entidade e ampliar sua influência em nosso país e na América Latina.

– Tendo em vista a necessidade de globalização das lutas, que exige uma unificação mais ampla dos trabalhadores e do movimento sindical mundial contra o neoliberalismo, em particular na América Latina, o sindicalismo classista deve trabalhar pela constituição de um Fórum Sindical das Américas, construindo um espaço de debate com representantes de entidades ligadas às diferentes centrais, visando a troca de experiências, proposta de alternativas e de diretivas unitárias de ação contra o neoliberalismo, respeitando-se a autonomia das entidades nacionais e a diversidade de opiniões existentes.

O 6º Encontro também julga indispensável fortalecer a Coordenação das Correntes Sindicais Classistas da América do Sul, que já realizou quatro encontros ao longo dos últimos anos e precisa dar passos concretos na direção da unificação das lutas e propostas para a classe trabalhadora na região, tendo em vista a batalha comum contra o imperialismo, bem como a elaboração de uma agenda social para o Mercosul e as iniciativas de integração regional de alternativas políticas e econômicas ao projeto neoliberal.