Deputado Chico Lopes (PCdoB) registra indenizações de ex-preso políticos

O deputado Chico Lopes (PCdoB) ocupou a tribuna da Assembléia Legislativa do Ceará no última terça-feira, dia 25 para destacar um importante fato da vida democrática. Informou o parlamentar comunista que a família do ex-preso político, Pedro Jerônimo de Sousa, morto em 1975 numa cela do DOI-CODI em Fortaleza, será indenizada pelo Governo do Estado. Trinta e um anos após sua morte, a Comissão Especial de Anistia Wanda Sidou aprovou o pagamento de R$ 30 mil para seus parentes. Segundo o parlamentar, outras oito pessoas, que também foram perseguidas durante a Ditadura Militar, receberão a indenização até o fim de junho.

Pedro Jerônimo foi preso no dia 11 de setembro por agentes do Destacamento de Operações de Informações/Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi/Ce). Seis dias depois, seus familiares foram informados que Jerônimo, militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), havia se suicidado na cadeia. Pela versão oficial, ele teria se enforcado com uma toalha de rosto amarrada em um lugar de pouca altura.

Seis meses depois do suposto suicídio, a exumação do corpo de Pedro Jerônimo e o depoimento do advogado Pádua Barroso mudariam a versão policial. Segundo confidências de um tenente-coronel da PM a Barroso, Jerônimo foi torturado até a morte. Em 1996, o Governo Federal, através da Comissão Especial para Reconhecimento dos Desaparecidos Políticos no Regime Militar, reconheceu a responsabilidade da União no falecimento do cearense.

Além de Pedro Jerônimo de Sousa receberão também indenização: Carlos Alberto do Nascimento e o ex-deputado cassado Aníbal Bonavides, ambos, do então Movimento Brasileiro Democrático (MDB); Valdemar Menezes, Willian Montenegro e José Jerônimo de Oliveira, ex-integrantes da então facção guerrilheira de esquerda Aliança Libertadora Nacional (ALN); Fernando Macambira, Mário Albuquerque do extinto Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) e José Rodrigues de Araújo, então presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Uruburetama. Estes três últimos passaram quase uma década presos no Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS).