Negociador do assassinato de Dorothy Stang é condenado a 18 anos

Por Verena Glass (Carta Maior)

Acusado de ser o intermediador do assassinato da Irmã Dorothy Stang em fevereiro de 2005, o fazendeiro Amair Feijoli Cunha, o Tato, foi a julgamento nesta quarta em Belém. A sessão termi

O fazendeiro Amair Feijoli Cunha, conhecido como Tato, acusado de ser o responsável por intermediar o assassinato da Irmã Dorothy Stang (foto ao lado) em fevereiro do ano passado em Anapu, no Pará, foi condenado o final da tarde desta quarta-feira (26/04) a 18 anos de prisão.

A pena final foi uma redução de um terço da condenação inicial de 27 anos de reclusão por co-autoria de homicídio qualificado, atenuante consedido em funçao da delação premiada: pela manhã, Tato confirmou seu depoimento inicial que apontou como mandantes do crime os fazendeiros Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, e Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida.

A acusação –
 O promotor Edson Souza e os advogados da Comissão Pastoral da Terra José Batista Afonso e Rosilene do Socorro Silva – sustentaram a tese de que Tato contratou os executores do crime com a promessa de uma recompensa no valor de R$ 50 mil, que seriam pagos por Taradão e Bida. A tese é a mesma usada na sessão que condenou os pistoleiros Clodoaldo Carlos Batista e Rayfran das Neves Sales, sentenciados a 27 e 17 anos de reclusão, respectivamente.

O próximo passo do caso da morte de Dorothy Stang poderá ser decidido nesta sexta (28), quando o tribunal de Justiça julgará um embargo infringente impetrado pelos advogados dos fazendeiros Regivaldo Pereira Galvão e Vitalmiro Bastos de Moura, acusados de ser os mandantes do crime. O recurso visa impedir que os dois sejam submetidos ao tribunal do juri.

Manifestações –
Do lado de fora do Tribunal de Justiça do Pará, o julgamento de Tato foi acompanhado por uma intensa mobilização de militantes da CPT e do MST, reunidos no II Acampamento Pedagógico Dorothy Vive, montado na Praça Felipe Patroni. Segundo a CPT, os manifestantes queriam justiça e lembraram da atuação de Dorothy. Os três irmãos de religiosa, que chegaram a Belém no início da semana, acompanharam a sessão do lado de dentro.