Raul Pont, sobre alianças do PT: “Eu já perdi”…

Depois da votação deste sábado (29) sobre política de alianças, o secretário-geral do PT e líder da tendência partidária Democracia Socialista (DS), deputado estadual Raul Pont, reafirmou os princípios de sua posiç&a

Raul Pont disse ao portal Vermelho que sua posição foi construída coletivamente na DS “como forma de recuperar a identidade do PT no campo da esquerda”, que “foi ferida no decorrer da crise política do ano passado”. Para ele, “recuperar uma identidade de esquerda que está em risco é também recuperar o papel pedagógico de uma eleição”. Se não, agrega, a campanha “não forma uma consciência de classe e histórica”.

"Nenhuma política aventureira"

Mas Pont lembra também que “a legislação vigente nos permite fazer isto sem fechar a possibilidade de apoios no segundo turno, ou de acordos com outras forças”. Frisa que sua proposta “não é nenhuma política aventureira”.
Indagado pelo Vermelho sobre como reagiria na eventualidade de ser posta na mesa uma proposta de aliança presidencial PT-PMDB, o dirigente da DS evita um posicionamento. “Nós não trabalhamos com esta hipótese”, argumenta inicialmente. Instado a responder em tese, recorda que “você também pode ter uma situação onde existem dois palanques para o Lula”.
Mas o deputado gaúcho é mais afirmativo ao falar da realidade do seu Estado, onde há cinco candidatos ao governo, porém o petista Olívio Dutra lidera as pesquisas e o governador Germano Rigoto, do PMDB, cogita lançar-se candidato à reeleição. “Não vejo como é possível abdicar”, afirma, estendendo a impossibilidade aos casos de Santa Catarina “e outros”.
Raul Pont é igualmente taxativo quanto ao Paraná. Ali, o governador Roberto Requião, um peemedebista de esquerda, encontra obstáculos para obter o apoio do PT local. O secretário-geral do PT corta rente: “Com Requião não dá. Se não, quando nós vamos construir o PT no Paraná? Coligação não é com qualquer um. Pode-se até discutir, mas tem que ver se isso não arrebenta o partido”, comenta.

"O que o PT ganhou no Rio?"

Em apoio à sua tese, ele invoca o exemplo do PT do Rio de Janeiro, onde o Diretório Nacional petista interveio em 1998, para forçar a retirada da candidatura de Wladimir Palmeira a governador, em função do apoio a Anthony Garotinho, então candidato pelo PDT. “O que o PT ganhou depois de dez anos? Voltou a ser um pequeno partido no Rio de Janeiro”, comenta Raul Pont.

Nas eleições internas petistas de setembro passado, Pont disputou a presidência do PT. Perdeu para o deputado federal Ricardo Berzoini, do então Bloco Majoritário, por apenas 3,2% dos votos.