Poder Legislativo quer ajudar no episódio da estatização do gás boliviano

O Congresso brasileiro pode enviar uma comissão de parlamentares à Bolívia para ajudar na solução do problema criado nas relações bilaterais a partir da decisão do presidente da Bolívia, Evo Morales, d

A decisão do governo boliviano representa a estatização das subsidiárias de multinacionais presentes na Bolívia, entre elas a brasileira Petrobrás.

Aldo solicitou que fosse feito contato com o embaixador brasileiro na Bolívia para saber como o Poder Legislativo pode auxiliar. O presidente da Câmara descartou a idéia de crise na América Latina. E disse que pedirá uma análise da íntegra do decreto do governo boliviano.

"Vamos ver se realmente os interesses da Petrobrás serão atingidos", disse, acrescentando que sua preocupação é com o consumidor brasileiro, se ele será prejudicado com aumentos nos preços. "Pelo que colhi até agora, não será", destacou.

Aldo Rebelo disse que, em conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ressaltou que a decisão do governo boliviano é uma questão de interesse do País. "Nesse caso, devemos agir institucionalmente, com equilíbrio e sensatez", disse Aldo a Lula.

Audiência pública

A reunião da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado federal, marcada para esta quinta-feira (4) deve se transformar em um grande debate sobre a relação Brasil e Bolívia após a decisão do presidente boliviano de estatizar as reservas de gás e petróleo.

A reunião deveria examinar a mensagem presidencial de indicação do novo embaixador brasileiro em La Paz (capital da Bolívia), Frederico Cezar de Araújo.

A preocupação com o desempenho do novo embaixador aumentou. Os senadores vão querer saber quais as atitudes da diplomacia brasileira no episódio. O líder da oposição, senador Artur Virgílio (PSDB-AM), adiantou que quer saber quais serão as atitudes do Brasil para reaver o capital investido pela Petrobrás na Bolívia e as garantias de abastecimento de gás ao nosso País.

No Plenário

No plenário do Senado, a oposição aproveitou o tema para questionar a política externa do Presidente Lula. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) falou em defesa do governo, dizendo não haver risco de desabastecimento de gás, nem de elevação súbita dos preços dos combustíveis no país, em função da medida do presidente da Bolívia.

Ele destacou que o presidente Evo Morales estabeleceu prazo de 180 dias para as empresas estrangeiras, entre elas, a Petrobrás, adaptaram-se à nova situação.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), criticou o presidente Lula por ter estabelecido aliança com o presidente da Bolívia, Evo Morales, considerado pelo parlamentar amazonense como "bufão e irresponsável". Virgílio classificou a ação do governo boliviano contra a Petrobrás como "uma expropriação".

Com agências