7º Encontro da Cidade: Ladislau Dowbor debate geração de emprego

"As possibilidades de desenvolvimento e geração de emprego nos municípios" foi o tema da conferência do professor Ladislau Dowbor, titular do departamento de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católic

"As possibilidades de desenvolvimento e geração de emprego nos municípios" foi o tema da conferência do professor Ladislau Dowbor, titular do departamento de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, no primeiro dia do 7° Encontro da Cidade, acontece em Fortaleza, no auditório do BNB – Passaré. O objetivo é discutir o "Desenvolvimento urbano e geração de emprego nas cidades".

Dowbor, que atualmente trabalha no desenvolvimento de sistemas descentralizados de gestão políticas municipais de emprego, iniciou a conferência ressaltando as mudanças urbanas que o Brasil atravessa. "As pessoas estão começando a arregaçar as mangas e essa é a grande mudança que vem passando o país", disse. Segundo Dowbor, 60 milhões de brasileiros nunca tiveram contato com o poder público, são pessoas que não possuíam nem endereços, nem CPF. Para que um país cresça, Dowbor advertiu que deve haver um equilíbrio entre o econômico, o social e o ambiental. "Esse é o tripé de organização entre o Estado e a sociedade civil organizada".

Outro ponto destacado pelo conferencista foi a urbanização, um problema que afeta não só Fortaleza, mas todas as grandes cidades brasileiras. O país tem hoje a maior concentração de terras paradas e todo dia morrem pessoas por causa de conflito de terras. No entanto, "os jornais dão destaque somente as brigas do MST ( Movimento dos Sem –Terras) e não as terras improdutivas", disse, acrescentando que, se essas terras fossem utilizadas facilitaria muito o problema de cidades como São Paulo, por exemplo, cuja periferia cresce 7% ao ano. Isso dificulta a realização, pelo poder público, de serviços básicos à população, como coleta de lixo e saneamento. Um terço das cidades brasileiras não são beneficiadas com esses serviços.

Em relação a emprego, Dowbor explicou que 121 milhões dos brasileiros estão incluídos na População em Idade Ativa (PIA) e que apenas 93 milhões são economicamente ativos (PEA). Desses 93 milhões, 27 milhões trabalham no setor privado e sete milhões estão no serviço público. Um total de apenas 34 milhões de pessoas empregadas, ou seja, cerca 60 milhões de brasileiros estão fora do mercado formal.

Abertura e homenagens

A solenidade de abertura da 7ª edição do Encontro da Cidade, realizado no Banco do Nordeste, reuniu diversos atores sociais do cotidiano fortalezense. Gilvan Paiva, diretor do Instituto da Cidade, órgão que realiza o evento, falou sobre suas preocupações com os problemas de Fortaleza, salientando que o objetivo este ano, é promover o debate sobre geração de emprego, tendo em vista as dificuldades enfrentadas em todo o país.

Participaram ainda da solenidade o diretor do Banco do Nordeste, Citrião Alencar, o deputado federal Inácio Arruda, que questionou problemas comuns nas grandes metrópoles, o deputado estadual Chico Lopes, o vereador Lula Moraes, o Secretário Executivo da Regional I, Mariano de Freitas, e a Secretária do PROCON de Fortaleza, Isabel Lopes, representando a Prefeitura da cidade.

Para esta sexta-feira, último dia do evento, está marcada a mesa redonda que vai discutir as estratégias governamentais de economia solidária e desenvolvimento. O encontro será encerrado com entrega do Troféu "Encontro de Cidade" ao pesquisador Cristiano Câmara, ao arquiteto José Lemenhe e ao Movimento Vida.