Bolívia e Espanha abrem diálogo sobre a nacionalização

Regras estáveis e duradouras, segurança jurídica e garantia de rentabilidade às empresas petroleiras foram os acordos alcançados entre a delegação espanhola e o governo Evo Morales, depois de quatro horas de intens

“Foi uma reunião positiva”, expressou nesta sexta-feira, 5, o secretário de Estado de Assuntos Exteriores e para a Iberoamérica, o espanhol Bernardino Leon, depois da reunião que se iniciou em um ambiente de tensão com o presidente da República, Evo Morales, a qual também esteve presente o embaixador da Espanha, Francisco Montalbán. Antes que as autoridades de ambos os governos ingressassem na sala de reuniões, houve uma série de declarações cruzadas de tom pouco amistoso.
“Se não estão dispostos a cumprir com o que diz o Decreto Supremo, que vão embora”, “congelaremos nossos investimentos na Bolívia”, e expressões desse estilo transpiraram nas últimas horas, a partir de diversas notas emitidas pela empresa espanhola, Repsol-YPF, à presidência de Yacimientos Petrolíferos Fiscales de Bolívia (YPFB). Apesar desse clima, o governo da Bolívia deu garantias para a elaboração dos novos contratos, processo que terá lugar em coordenação com executivos da empresa espanhola Repsol, se bem que o marco jurídico se apoiará no Decreto Supremo 28701 de nacionalização dos hidrocarbonetos promulgado no dia 1º de maio passado.
“No novo contrato serão fixadas regras estáveis e duradouras em benefício do Estado boliviano e da empresa petrolífera espanhola”, afirmou Leon em entrevista à imprensa oferecida no palácio presidencial Quemado, depois da reunião com o presidente Evo Morales. “Queremos que esses acordos sejam proveitosos e beneficiem os interesses deste país, tão próximo e irmão da Espanha. Nós queremos contribuir a fim de que esse país continue crescendo porém deve ser num processo de diálogo e palavras”, explicou Leon, ao descartar que Repsol e seu governo iniciem um processo judicial internacional e concluiu “agora é partir para os detalhes desse acordo”.
Fonte: Diário El Mundo, La Paz