Condoleezza adverte Chile sobre voto na ONU

Os Estados Unidos advertiram o Chile que as relações entre ambos os países sofrerão grave dano se o governo da presidente Michelle Bachelet votar em favor da Venezuela na eleição dos novos membros do Conselho de Seguran&

As advertências foram formuladas em abril ao chanceler Alejandro Foxley nas reuniões que manteve em Washington com a Secretaria de Estado, Condollezza Rice e o subsecretário, Robert Zoellick, diz o diário, que atribui a versão a fontes não identificadas da chancelaria chilena. Não houve comentário imediato da chancelaria, cujos escritórios estavam fechados no último domingo (28), não sendo possível pedir algum tipo de comentário aos funcionários. A eleição de cinco novos integrantes do Conselho de Segurança terá lugar em outubro e uma das cadeiras caberá à América Latina, uma vez que está vencendo o mandato da Argentina. Os candidatos regionais são Venezuela e Guatemala. Os EUA se opõem abertamente à postulação da Venezuela.

 

O Chile não anunciou ainda sua posição e dependendo do que faça nos próximos dias o tema pode dominar a agenda de Michele em sua visita a Washington em 9 de junho próximo. O programa da visita inclui um almoço de trabalho com o presidente George W. Bush. De acordo com o jornal La Tercera, Rice disse a Foxley que o rechaço à candidatura do governo do presidente Hugo Chávez “aponta ao coração dos interesses” dos Estados Unidos e que o governo de Bush simplesmente não entenderia se o Chile votar em favor da Venezuela. “A mensagem foi: toda a agenda bilateral será fácil se o Chile não votar em favor da Venezuela e muito difícil se o fizer”, diz o artigo assinado pelo analista Ascanio Cavallo.

 

As colocações de Zoellick a Foxley foram ainda mais firmes. O segundo homem do Departamento de Estado advertiu que a relação bilateral seria “decisivamente prejudicada” pelo eventual voto do Chile em favor da postulação da Venezuela. Zoellick lembrou que ele teve de convencer Bush de dar continuidade ao Tratado de Livre Comércio (TLC) com o Chile apesar do governo do então presidente Ricardo Lagos ter se negado a apoiar a invasão do Iraque no Conselho de Segurança.

 

O diário disse que o Departamento de Estado “viu com pouco agrado os gestos de carinho e os gracejos” de Chávez a Michele quando ambos se encontraram na recente cúpula União Européia-América Latina em Viena. Durante a sessão para a fotografia oficial do encontro, Chávez foi visto pondo suas mãos sobre os ombros da presidente chilena postada diante dele e formulando-lhe alguns comentários ao ouvido, aparentemente gracejos.

 

Com agências

Colaborou Max Altman