Governo do Iraque duvida de inocência americana em Ishaqi

O governo iraquiano prometeu prosseguir com sua investigação própria sobre as mortes de civis em uma operação americana na cidade de Ishaqi, questionando a perícia do Pentágono, que inocentou os soldados. Adnan al-Kazimi,

“Fomos informados por mais de uma fonte de que as matanças de Ishaqi ocorreram em circunstâncias  questionáveis. Mais de uma criança foi morta. Esse relatório é insatistatório para o povo iraquiano e as crianças que foram mortas”, disse al-Kasimi para a agência Reuters.

 

O Pentágono emitiu uma declaração sobre o Caso de Ishaqui negando as denúncias de que tropas americanas “executaram uma família […] e depois ocultaram os alegados crimes através de um ataque aéreo”. Segundo a declaração, as acusações “são absolutamente falsas”.

 

A polícia da cidade apurou que as vítimas – cinco crianças, quatro mulheres e dois homens – foram baleadas na cabeça, e seus corpos, com as mãos amarradas, foram amointoados em um quarto antes da casa ser explodida.

 

As autoridades militares americanas têm prometido reiteradamente que punirão qualquer soldado culpado de atrocidades no Iraque. Mas a decisão de inocentar as tropas que atuaram em Ishaqi despertaram forte desconfiança entre os iraquianos. “Ishaqi é apenas mais uma razão para não confiramos nos americanos”, disse à rede de TV Al Jazira o engenheiro Abdullah Hussein, em Bagdá.

 

“Primeiro eles mentiram sobre os artefatos de destruição em massa. Depois, houve o escândalo dos abusos na prisão de Abu Ghraib. E agora está claro para o mundo que eles são os culpados por Haditha”, disse o engenheiro à Reuters.

 

O ministro dos Direitos Humanos, Wijdan Michael, disse que seu Ministério enviará uma comissão de inquérito a Ishaqi nos próximos dias.

 

Conversações para completar o governo

 

Também neste sábado (3), o primeiro mjinistro al-Maliki prosseguia as conversações com personalidades sunitas e xiitas, ultimando os preparativos para anunciar os nomes dos ministros do Interior e da Defesa. Duas semanas depois da posse do governo “de unidade nacional”, as duas pastas mais importantes – pois dispõiem de força armada – continuam sem seus titulares.

 

Al-Maliki havia prometido preencher os cargos até domingo, mas não consegue um acordo entre as pretensões das diferentes facções étnicas e religiosas. O passo é tido como decisivo para o plano governamental de pacificar o país dentro de 18 meses.

 

O porta-voz do Congresso dos EUA, Dennjis Haster, disse nesta quinta-feira a al-Maliki que “um importante novo passo para o governo iraquiano será o de buscar a reconciliação, de forma a pôr fim à insurgência e dissolver as milícias sectárias”. “Insurgência” é o termo preferido pelos ocupantes para designar a resistência iraquiana contra a invasão estrangeira.

 

Com informações
da Al Jazira