Testemunhas de defesa de Hussein são presas e agredidas

Ocorreu nesta segunda-feira em Bagdá a a 32ª audiência do pretenso julgamento do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein e de sete ex-integrantes do governo derrubado pelas forças ocupantes lideradas pelos EUA. O desacreditado tribun

Os oito réus são acusados de um suposto massacre de 148 xiitas na década de 80 em Dujail (norte do Iraque), que teriam participado de uma tentativa de assassinato contra Hussein, em 1982.

Durante a sessão, a defesa protestou contra a detenção de quatro testemunhas da defesa, acusados de perjúrio. Em seguida, o juiz que preside o julgamento, o curdo Raouf Rashid Abdel Rahman, anunciou o adiamento, mais uma vez, do julgamento para a próxima segunda-feira (12).

Segundo os advogados de defesa, as quatro testemunhas — que foram presas na semana passada, após prestarem depoimento à corte — foram agredidas.

"Duas delas foram detidas dentro da corte e outras duas na zona verde", disse o advogado de defesa Khamis al Obeidi. "Elas foram agredidos pelo Exército iraquiano".

Entre os quatro detidos, estava uma testemunha que afirmou perante o júri que algumas das 148 vítimas do massacre em Dujail ainda estariam vivas.

As identidades das outras três testemunhas não foram divulgadas, mas as detenções aconteceram após a sessão da última quarta-feira (31), durante a qual uma testemunha acusou o promotor-chefe do julgamento, Jaafar al Moussawi, de tentar suborná-lo para que testemunhasse contra Saddam.

Al Moussawi negou as acusações e Rahman investiu contra a testemunha, afirmando de que poderia ser processada por perjúrio, sem discutir as evidências mostradas pela testemunha contra o promotor-chefe.

Na sessão desta segunda-feira, o juiz demonstrou arbitrariedade contra os defensores do ex-presidente Hussein, que colocaram em dúvida as acusações da promotoria. Em vários momentos, Rahman discutiu com advogados da defesa que solicitavam que os documentos da acusação deveriam ser revistos para comprovar sua autenticidade.

O advogado de defesa Wadud Fawzi leu uma lista de 15 nomes das 148 vítimas do massacre em Dujail, dizendo que elas estavam vivas ou teriam falecido devido a causas naturais.

"Há erros básicos nas provas da acusação", afirmou Fawzi à corte. "Nós contestamos a autenticidade dos documentos apresentados e pedimos uma investigação a respeito".

A contragosto, Rahman disse à defesa que dê provas de que as supostas vítimas estão vivas ou não foram julgadas e condenadas após o processo movido na época pelo Estado do Iraque. Antes de adiar a sessão, Rahman ouviu duas testemunhas de defesa de um dos réus do processo, Ali Dayih.

Com agências internacionais