Ubes faz manifesto por filosofia e sociologia no ensino médio

Segue firme a batalha da UBES pela obrigatoriedade das disciplinas Sociologia e Filosofia nos currículos escolares do ensino médio. É o primeiro passo também para desencadear um movimento pela reforma curricular, com a inclusão

No último dia 21 de maio, para fortalecer a sua posição, a direção executiva da UBES aprovou o "Manifesto em Defesa da Obrigatoriedade do Ensino de Filosofia e Sociologia". A entidade agora jogará toda sua força para garantir este grande avanço na ampliação da cidadania, contribuindo para o desenvolvimento do senso crítico da juventude.

Confira abaixo a íntegra do documento:

Manifesto em Defesa da Obrigatoriedade do Ensino de Filosofia e Sociologia
A formação do estudante para uma vida social ativa é preceito básico para qualquer sociedade democrática. Ceifar a capacidade crítica da juventude que está nas salas de aula sempre foi fruto de políticas autoritárias ou dos que viam esse segmento não como protagonista, mas como expectador de políticas públicas alheias ŕ sua realidade. Foi assim na Ditadura Militar e mais recentemente durante a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases durante a década de 90, quando Fernando Henrique enterrou, durante sua gestão, a obrigatoriedade dos cursos de sociologia e filosofia para os estudantes brasileiros.

É mais que centenária a luta pela sociologia e filosofia nas escolas brasileiras. Se antes do movimento de março de 1964 essas disciplinas eram licenciadas em quase em todas as escolas do país, após esse período ocorreu um retrocesso. A esperança dos estudantes, educadores e entidades comprometidas com a ampliação da cidadania no país voltou a ocorrer a partir de 1983, com a vigência da Lei 7.044.

No entanto, foi com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de dezembro de 1996 que tivemos a convicção de que uma vez por todas, a sociologia e a filosofia seriam introduzidas em todas as quase 30 mil escolas de ensino médio no Brasil. Ledo engano.

Por circunstâncias diversas, sejam normativas e até políticas, entre 1998 e 2001 o que dispõe o artigo 36 da própria LDB, qual seja, de que os egressos do ensino médio devem demonstrar de ambas as disciplinas- esvaiu-se. Tanto pela resolução do CNE, quanto pelo veto presidencial de FHC ao projeto de lei aprovado na Câmara e Senado em 2001.

Nesses cinco anos que separam o veto 2001 e um período de ataque e aprofundamento da política neoliberal na educação, já são quase 15 os estados brasileiros que, de uma forma ou de outra, introduziram ambas as disciplinas em todas suas escolas de ensino médio, o que significou a não obrigatoriedade da sociologia e filosofia.

A UBES compreende que a volta de disciplinas como sociologia e filosofia é de grande avanço para ampliamos o nível de conhecimento, o que significa passar uma visão global da realidade, fornecer a sólida formação cultural e cięntífica, formar o aluno para uma visão mais critica social ,e principalmente dar passos para uma ampla reforma curricular na qual a UBES entende que um novo sistema nacional de currículos escolares devem ensinar os princípios da ciência e da técnica; conscientizar a respeito da realidade econômica e social.

A Responsabilidade hoje é toda depositada nos 12 membros do conselho nacional de Educação CNE, de sua Câmara de ensino Básico CEB, que deverá votar no dia 07 de junho, uma nova resolução, modificando a de 1998, que tornará ,então, e de forma definitiva a presença das duas disciplinas, tão importantes para a formação de nossa juventude.

Portanto, a UBES – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, entidade representativa de cerca de 55 milhões de estudantes, vem a público manifestar sua defesa histórica sobre a obrigatoriedade das disciplinas de sociologia e filosofia em todas as escolas de ensino médio em nosso país como forma de ampliarmos a cidadania e conhecimento de reflexão. Nesse sentido de forma clara e inequívoca posição francamente favorável as duas disciplinas.

Para isso, apelamos aos/as conselheiros/as que votem favorável a tal posicionamento, pois será uma decisão segura e firme contribuição para a democratização do ensino do Brasil,para conscientização de nossa juventude e para ampliação de nossa cidadania.

Saudações estudantis

São Paulo, 21 de maio de 2006

Diretoria Executiva da UBES