Embrapa tem tecnologia para novos combustíveis

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tornou real um desejo perseguido pelas indústrias petroleiras em todo o mundo. A estatal desenvolveu tecnologia para produzir combustíveis correspondentes a óleo diesel, gasolina, querosene e gás liq

O processo já tem pedido de patente junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e chegará ao mercado no primeiro semestre de 2007, segundo Décio Gazzoni, pesquisador da Embrapa Soja. "Esses produtos têm custo mais competitivo que os combustíveis fósseis. O custo de instalação de uma unidade produtiva é muito inferior ao de uma planta de transesterificação para biodiesel", diz Gazzoni. Ele não citou, contudo, o investimento para instalar uma unidade de biocombustíveis.

A Embrapa desenvolveu módulos para produção em pequena escala (até 5 mil litros por dia). O objetivo é atender principalmente a cooperativas, grupos de produtores, transportadoras, empresas e outros consumidores considerados de pequeno porte pelas distribuidoras de combustíveis. A estatal desenvolveu uma unidade-piloto em Londrina, que produz 700 litros por dia de biocombustíveis. Segundo Gazzoni, os equipamentos para a unidade estão sendo testados em parceria com a empresa paranaense Global Energy and Telecommunication (GET), que deverá produzi-los em escala comercial a partir de 2007.

Sebo

Os estudos foram financiados pela Embrapa, Fundação Banco do Brasil e Finep. Ao todo, foram gastos R$ 2 milhões, sendo R$ 300 mil no desenvolvimento dos equipamentos. As pesquisas foram desenvolvidas desde 2001 em parceria com a Universidade de Brasília (UnB). Gazzoni diz que o processo é semelhante ao adotado pelas petroleiras e pode ser feito com qualquer óleo vegetal – como de soja, amendoim ou palma – ou gordura animal, inclusive de aves e suínos.

O óleo ou sebo passa por um processo de craqueamento térmico. Por esse método, o óleo é submetido a altas temperaturas, provocando a separação entre a glicerina e o óleo combustível. A diferença entre essa tecnologia e o processo de transesterificação é que este último demanda a mistura de álcool para a separação entre o óleo e a glicerina do óleo vegetal. "O custo para transportar o álcool até as indústrias é alto e só é rentável se for feito em larga escala", observa Gazzoni. Ele diz ainda que o custo fixo para manter a fábrica de transesterificação é alto.

As informações são do
jornal Valor Econômico