“Agrarismo e Industrialismo” suscita debate na Unicamp

O Centro de Estudos Marxistas (Cemarx) e o Arquivo Edgard Leuenroth (AEL), ambos do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, juntamente com a Editora Anita Garibaldi realizaram, no dia 1º de junho, o lançamento da obr

O evento contou com a participação de inúmeros professores, pós-graduandos, pesquisadores e funcionários do AEL e Cemarx.  Destaque para os professores Andréia Galvão, diretora do Cemarx, Lígia Osório Silva, diretora do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp, e Armando Boito Jr.  

Durante a cerimônia, a filha de Octávio, Dionysa Brandão Rocha, falou sobre a vida do pai e do fato dele ter sido pioneiro da descoberta do petróleo, porém, como era comunista foi banido do país após a revolução de 1930. “O único que reconheceu Octávio Brandão como pioneiro da descoberta do petróleo no Brasil foi Monteiro Lobato”, disse Dionysa. Essas descobertas foram relatadas no livro Canais e Lagoas, publicado em 1919 no Rio de Janeiro.

Dionysa, também, recitou poemas de Octavio e Laura Brandão. Esta foi uma das expoentes da poesia brasileira no início do século 20. Ainda na década de 1920, abandonou os salões para se dedicar a militância comunista ao lado de seu companheiro. Ela morreu na URSS durante a ocupação nazista daquele país.  A pesquisadora Maria Elena Bernardes, que participou do debate, escreveu uma dissertação sobre Laura Brandão que está para se transformar em livro ainda este ano.

Quartim vê tentativa de desqualificar

O professor Paulo Cunha da Unesp falou sobre a importância de Brandão e da obra “Agrarismo e Industrialismo” na história do pensamento socialista brasileiro. Quartim de Moraes também falou do pioneirismo da obra e criticou aqueles que tentariam desqualificar a produção teórica e política dadas por Brandão ao movimento comunista brasileiro. Realçou o fato de que Brandão foi o primeiro editor do jornal comunista A Classe Operária

O professor Sidney Chaloub, diretor do Arquivo Edgarde Leuenroth, ressaltou os aspectos literários da obra. A forma humorada, sarcástica,  que ele tratava os homens no poder e, também, os adversários dos comunistas naquela época: anarquistas e socialistas.  José Carlos Ruy e Augusto Buonicore representaram a Editora Anita Garibaldi no evento. No final do evento duas representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp entregaram ramalhetes de flores à Dionysa e Marisa Brandão, filha e neta de Octávio Brandão.

O lançamento foi coberto pelo portal da Unicamp, em matéria que está no endereço http://www.unicamp.br/unicamp/divulgacao/BDNUH/NUH_6312/NUH_6312.html