Políticas públicas reduzem desigualdades, aponta FGV

A adoção de políticas públicas e os reajustes dos benefícios pagos pela Previdência Social vêm produzindo “uma brutal redução” nas desigualdades sociais no Brasil.

A constatação é do chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Néri, a partir do estudo O Crescimento Pró-Pobre: o Paradoxo Brasileiro, elaborado em conjunto pela Fundação e pesquisadores da Organização das Nações Unidas (ONU), com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo Néri, essa conjunção de fatores fez com que a desigualdade social no Brasil atingisse em 2004 o seu menor nível desde o Censo realizado em 1960. O estudo indica que o país vem avançando desde o início da década na redução das desigualdades entre pobres e ricos. E uma das constatações é a de que no período de 2001 a 2004 a renda total do brasileiro caiu 1,35% ao ano – entre as classes menos favorecidas, no entanto, a renda cresceu 3,07%.
Considerando apenas o ano de 2004, enquanto a renda média do brasileiro cresceu 3,6%, a dos mais pobres chegou a aumentar em 14,1%.  A situação, para Marcelo Néri, é até certo ponto paradoxal, "na medida em que o grosso do bolo caiu, mas o bolo dos pobres continuou crescendo". Ele acrescentou: "É como se os pobres vivessem na China, país com elevadas taxas de crescimento econômico, e o resto dos brasileiros continuasse morando em um país cuja economia se encontra estagnada – e a renda, em queda".

Com agências