Termina no Chile a “greve dos pingüins”

Os estudantes secundaristas chilenos definiram hoje o fim da greve nacional e os protestos que mantinham há um mês, consideradas as maiores manifestações no país em 30 anos. Eles anunciaram que voltarão às aulas na

"Voltamos às aulas", disse Juan Carlos Herrera, um dos porta-vozes da Assembléia Coordenadora de Estudantes Secundários (ACES), ao final da reunião realizada em um liceu de Santiago. Os estudantes definiram na reunião se integrar, mas com uma visão crítica, ao Comitê Assessor para Matérias de Educação formado há poucos dias pela presidente chilena, Michelle Bachelet, apesar de a governante não ter atendido à exigência estudantil de ter "50% mais um" dos integrantes dessa instância. Michelle ofereceu seis vagas aos estudantes, de um total de 66 membros, e a ACES deverá agora designar seus representantes.


Herrera disse que os estudantes avaliarão permanentemente o trabalho do Comitê Assessor e não descartou novas mobilizações se as demandas não forem atendidas. O porta-voz disse que atuarão no Comitê com posições comuns junto com os estudantes universitários e os professores.

O comitê, segundo a presidente chilena, deverá delinear em um prazo de três meses as reformas à Lei Orgânica Constitucional de Ensino, que – segundo os secundaristas e vários analistas – deu lugar à crescente educação desigual para ricos e pobres.

Há um mês, um grupo de escolas de ensino médio deu início a paralisação, que ganhou força nos dias seguinte com o apoio de professores e pais de alunos, que exigiam reformas na educação. Na segunda-feira, a “greve dos pingüins” (assim chamados por causa dos uniformes azul-escuros e brancos dos secundaristas da rede pública) paralisou quase 1 milhão de estudantes, liderados por 600 mil alunos do ensino médio. Na terça (30), viveu seu momento mais tenso, quando a polícia prendeu 730 jovens. 

Ontem pesquisa divulgada pela Adimark-Gfk, revelou que a popularidade de Michelle sofreu a queda de 7 pontos percentuais, principalmente entre os jovens. O índice de aprovação em maio ficou em 54,5 por cento.

Da Redação
Com agências.