Chanceleres do Mercosul finalizam protocolo para entrada da Venezuela

Chanceleres do Mercosul vão concluir nesta sexta-feira, em Buenos Aires, as formalidades para a entrada da Venezuela no grupo, numa reunião extraordinária do Conselho do Mercado Comum (CMC), a maior instância decisória do bloco, que se

O acordo para a integração de Caracas foi alcançado numa reunião técnica na capital argentina no dia 23 de maio passado.

Esta será a última reunião extraordinária do CMC antes da Cúpula de presidentes de 20 e 21 de julho na cidade argentina de Córdoba (700 km ao norte), na qual será assinado o protocolo de ingresso da Venezuela como membro pleno do bloco integrado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

O protocolo tratará da adesão progressiva da Venezuela ao Mercosul até 2010.

A Venezuela foi admitida no fim do ano passado com direito a voz mas não a voto no bloco regional, num contexto de debilidade do Mercosul, por questões comerciais e por tensões entre seus membros, em particular Argentina e Uruguai.

O CMC pretende analisar a situação do Mercosul assim como definir uma posição comum para apresentar na Organização Mundial do Comércio (OMC) no final de junho, disse à AFP uma fonte da chancelaria.

Os ministros das Relações Exteriores revisarão, por exemplo, as assimetrias econômicas entre os países membro do bloco e a posição do bloco diante de um eventual interesse de algum de seus integrantes de assinar um Tratado de Livre Comércio (TLC) com países terceiros, indicou a fonte.

Paraguai e Uruguai, os dois sócios menores, criticaram o bloco, alegando não se beneficiar dele. Funcionários do governo uruguaio expressaram sua vontade de assinar um TLC com os Estados Unidos, principal destino de suas exportações de carne.

Além dos problemas relacionados à associação comercial, a reunião de chanceleres ocorreu num momento de tensão na relação argentino-uruguaia, por causa da instalação de duas fábricas de celulose na margem oriental do limítrofe rio Uruguai.

A Argentina levou a controvérsia ao Tribunal Internacional de Haia, o marco jurídico que contempla o Tratado Bilateral do Rio Uruguai, onde na semana passada ambos os países apresentaram seus respectivos argumentos.

Buenos Aires pediu ao Tribunal a paralisação das obras das fábricas até que seja concluído um estudo de impacto ambiental acumulativo.

No entanto, o assunto também poderá ser discutido na próxima Cúpula de Córdoba pelos presidentes da Argentina, Néstor Kirchner, e do Uruguai, Tabaré Vázquez, segundo fontes governamentais de ambos os países.

Fonte: AFP