Organização asiática quer ter mais força no cenário internacional

China, Rússia e os quatro países da Ásia Central que integram a Organização de Cooperação de Xangai (OCS) decidiram nesta quinta-feira reforçar a cooperação política e econômica para ampliar seu papel

Com a presença do presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad como observador, os participantes da cúpula anual da OCS, que em 2006 completa cinco anos, os seis países assinaram uma série de documentos que abrangem temas como terrorismo, educação e comércio. Os países da OCS também acertaram a realização de exercícios militares antiterroristas conjuntos em 2007, em território russo.

"Vamos continuar promovendo o 'espírito de Xangai' para que a OCS tenha um papel mais importante em nível internacional", declarou o presidente chinês Hu Jintao, ao término da cerimônia de assinatura da declaração comum.

O presidente russo Vladimir Putin também declarou achar que a Organização de Xangai pode ser uma espécie de contrapeso para a Otan e os Estados Unidos na Ásia Central mas, antes de viajar à China, tentou dissipar os temores de Washington sobre a OCS, assegurando que o grupo está "aberto ao diálogo" e constitui um "elemento de estabilidade regional".

Putin aproveitou o evento para se reunir com Mahmud Ahmadinejad e tratar da questão nuclear que opõe o Irã com o Ocidente. Depois do encontro, o presidente russo destacou a reação favorável do Irã à oferta dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Rússia e França) mais a Alemanha para que suspenda suas atividades de enriquecimento de urânio.

"Estou otimista depois desta entrevista", declarou o presidente russo.

Em sua primeira viagem à China – visita muito criticada por Washington -, Ahmadinejad também insistiu que a OCS deve ser reforçada, igualmente integrada pelo Cazaquistão, Quirguízia, Tadjiquistão e Uzbequistão e quatro observadores: o próprio Irã, Mongólia, Índia e Paquistão.

Composto inicialmente em 1996 por três países da Ásia Central, Rússia e China, o grupo de Xangai se transformou na Organização de Xangai em 2001.

Fonte: AFP