Amorim: apesar das dificuldades, Mercosul continua forte

Em entrevista ao jornal argentino Clarín, o chanceler brasileiro Celso Amorim reafirmou que, apesar das dificuldades e dos perigos, o Mercosul continua forte e considerou que a incorporação da Venezuela foi positiva. M

Para Amorim, o atual estado do Mercosul é forte mas é preciso que se produzam soluções para atender a demanda dos estados membros menores. "Há razões para que os países pequenos tenham alguma frustração em relação ao Mercosul", disse citando como exemplo o comércio do Brasil com o Uruguai, que antes era de bilhões de dólares e agora está em 500 milhões. Por isso, segundo ele, faz falta um novo entendimento, não para esquecer o fato passado, mas para passar a outra fase, como a de desenvolver mecanismos de política industrial, de financiamento e mais flexibilidade nas regras.

 

Em relação a construção no Uruguai das duas polêmicas indústrias de celulose que a Argentina considera nocivas, Amorim disse que "a questão está encaminhada". E sobre as relações entre Brasil e Argentina, ele afirmou que estão muito melhores do que em outros momentos.

 

Sobre a possibilidade de que países sul-americanos firmem os Tratados de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos, o chanceler desconsiderou que isso possa ser relevante. "Tenho certeza que, inclusive os países menores, têm mais para ganhar dentro do Mercosul", disse. "Em Washington, há pessoas mais lúcidas que compreendem que não lhes interessa criar uma área diferente e vêem no bloco sul-americano um fator de estabilidade na região".

 

O ministro pediu para que sejam resolvidos os atritos dentro do Mercosul com certa naturalidade, não apresentando-os como uma tragédia, e lembrou que na União Européia houve um voto da França contra a constituição comum e a Grã-Bretanha não aderiu à moeda comum. Sobre os debates na Organização Mundial do Comércio, Amorim disse que ali sempre se pretende transferir o foco para o outro lado, mas o essencial continua sendo que os países ricos devem eliminar os subsídios e abrir seu mercado aos produtos agrícolas.

 

Da Redação

Com agências.