Bolívia: camponeses defenderão Plano de Desenvolvimento

Diante dos ataques dos setores empresariais, líderes camponeses se pronunciaram hoje garantindo que defenderão o Plano Nacional de Desenvolvimento intitulado "Bolívia digna, soberana e produtiva para viver bem". O programa é c

Para o presidente da Confederação de Camponeses, Isaac Ávalos, "esse plano sempre encontrará detratores sobretudo aqueles que querem ganhar mais dinheiro, mas nós camponeses estamos dipostos a defender a nova lei econômica", disse. O dirigente destacou que o Plano Nacional prevê a consulta de suas ações com os movimentos sociais, o que o faz mais democrático e justo. Além disso, tem também o que ele chama de bondade: "os produtores de arroz e soja da província oriental de Santa Cruz se sentirão mais respaldados que nunca com a mecanização e subsídios para as entregas".

O setor produtivo do país será beneficiado com créditos de outros países, como os 70 milhões anunciados pela Espanha, e outros 100 milhões de dólares que doará a Venezuela. Roberto Mustafá, diretor da Confederação de Empresários Privados da Bolívia, criticou o programa por considerá-lo ambíguo na hora de argumentar as vias do seu cumprimento. "Estão os quê's, mas faltam os como e os porquês", comentou Mustafá a Rádio Panamericana em uma das primeiras reações desse setor, muito questionado pela sua carência de propostas alternativas ao atual governo.

O próprio ministro da Planificação e Desenvolvimento, Carlos Billegas, desmentiu rumores sobre supostos desvios de depósitos do Banco de Fomento, encarregado de respaldar os setores produtivo, comercial e de moradia, entre outros, com somas maiores que 300 milhões de dólares. Na sexta passada, ao apresentar o Plano Nacional de Desenvolvimento no Palácio do governo, Villegas afirmou que o programa quinquenal fundamenta o futuro para o novo Estado social, descolonizado e baseado na multidiversidade. "Esse texto sepulta o neoliberalismo e contém a nova concepção de desenvolvimento, inclusão social, descentralização e poder social comunitário", afirmou.

A proposta envolve novas bases produtivas, industrialização e exportação com valor agregado, emprego, moradia, inovação tecnológica, novo enfoque das relações internacionais sobre a base da soberania e a erradicação da pobreza. A estratégia aponta para um crescimento anual de investimento público e da economia. No primeiro caso, de 783 milhões de dólares este ano para 1,6 bilhões até 2011. E, em segundo, de 4,6 por cento para 7,6.

O programa, que a oposição chama de incompleto, contém sete capítulos e remove a partir de suas raízes a profunda desigualdade social e a desumana exclusão que oprime a maioria da população boliviana, particularmente a de origem indígena. Segundo Villegas, o plano é fruto da esperança posta no futuro dos povos indígenas, historicamente excluídos, e responde às transformações propugnadas por movimentos sociais e o triunfo eleitoral do presidente Evo Morales. "Seu objetivo central é a mudança do padrão de desenvolvimento que é primário exportador, e se caracteriza pela exploração e exportação de recursos naturais sem valor agregado", disse.

Da Redação
Com agências.