Cuba denuncia manobras dos EUA e UE na ONU

O ministro de Relações Exteriores de Cuba, Felipe Pérez Roque, criticou hoje os Estados Unidos e a União Européia (UE) por "manobras" que teriam feito "para evitar a escolha de Cuba" como membro do no

"Cuba conhece perfeitamente, em seus mínimos detalhes, o acordo secreto negociado em Bruxelas, no qual a UE se comprometeu a não votar em Cuba e a trabalhar estreitamente junto dos EUA contra nossa candidatura", disse o chanceler cubano diante dos 47 membros do CDH. O Conselho, que encerrará seu primeiro período de sessões no dia 30, substitui a muito criticada Comissão de Direitos Humanos como principal órgão decisório da ONU neste tema.

 

Em maio, Cuba e outros sete países latino-americanos foram eleitos por maioria como membros do novo Conselho. Algumas organizações não-governamentais, como a UN Watch, criticam a presença de Cuba, China, Rússia e Arábia Saudita no novo órgão por considerarem que estes países não respeitam os direitos humanos.

 

O chanceler cubano destacou que a aliança EUA-UE fracassou e pediu à UE que corrija sua postura, que impediu a antiga Comissão de aprovar "uma investigação sobre as maciças, flagrantes e sistemáticas violações de direitos humanos na base naval de Guantânamo". Pérez Roque ressaltou que os países-membros da UE também tinham que corrigir o "silêncio cúmplice com o qual permitiram a realização de centenas de vôos secretos da CIA, transferindo pessoas seqüestradas e o estabelecimento de prisões clandestinas dentro do território europeu, onde os prisioneiros são torturados e humilhados".

 

O chanceler cubano denunciou que a UE criou obstáculos de forma hipócrita para impedir a investigação e o esclarecimento destes fatos. Pérez Roque afirmou que, embora os países vejam o CDH como um novo começo, isto só será possível se seus membros evitarem a politização da antiga Comissão. "Necessitamos de fatos e não de palavras", completou.

 

O ministro cubano lembrou que Washington votou contra a criação do CDH e não apresentou sua candidatura para integrá-lo. Ele considerou a ausência dos EUA uma "derrota da mentira, é o castigo moral à arrogância de um império". O representante de Havana também criticou a presença dos EUA no Iraque e reprovou a recusa de Washington em aceitar a ajuda médica oferecida por Cuba depois da passagem do furacão Katrina em agosto no Golfo do México.

 

Da Redação

Com agências.