Ministras de 16 nações querem mais mulheres na administração e na política

Ministras de 16 países que participam da primeira sessão do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU em Genebra se uniram, nesta terça-feira, para pedir aos Governos que adotem medidas temporárias que permitam uma maior participa&ccedi

"Pedimos que todas as barreiras à participação das mulheres (na política) sejam eliminadas na prática", disse a ministra de Assuntos Exteriores da Croácia, Kolinda Grabar-Kitarovic, ao apresentar à imprensa uma declaração conjunta nesse sentido.

O documento, que conta com o apoio de ministras do Japão, Barbados, Liechtenstein, Moçambique, Ruanda, Uruguai, Áustria, Hungria, Israel, Macedônia, Polônia, África do Sul, Espanha, Reino Unido, Suíça e Croácia, destaca a persistência de "uma brecha entre a igualdade de direitos e a situação real das mulheres".

Nesse sentido, a declaração menciona que é "evidente" que as mulheres continuam "sub-representadas" na vida política e pública devido a obstáculos de ordem econômica, social e cultural, "que limitam sua participação ativa" e precisam ser superados.

Por isso, o documento defende a aceleração da implementação de medidas especiais que contribuam para cerrar essa brecha entre a teoria e a prática e assim "conseguir uma representação justa das mulheres" em todos os níveis de Governo.

Grabar-Kitarovic se declarou partidária da escolha de uma mulher como secretária-geral das Nações Unidas em substituição de Kofi Annan, que deixará o cargo no fim do ano, após 10 anos na direção da instituição.

Para as ministras que respaldaram a declaração, a discriminação contra as mulheres nas instituições políticas e na vida pública, em geral, continua sendo uma realidade, mas a implementação do CDH representa uma oportunidade única para mudar essa situação.

Segundo o documento, isso poderia ser conseguido integrando esta problemática "em todos os temas da agenda" do novo órgão, sobre o qual recai a partir de agora a responsabilidade primordial da promoção e proteção dos direitos humanos por parte do sistema da ONU.

Por tudo isso, as ministras também se pronunciam em sua declaração a favor de que se revisem e emendem as atuais leis eleitorais "como uma condição prévia para reforçar a participação feminina em termos de igualdade".

Além das ministras, o documento também foi firmado pela alta comissária para os Direitos Humanos, Louise Arbour, pela comissária européia de Assuntos Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, e pela vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2004, a política queniana Wangari Maathai.