Advogado defensor de Hussein é assassinado em Bagdá

O iraquiano Khamis al-Obaidi, um dos advogados da defesa no "julgamento" do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein e de sete membros de seu governo, foi assassinado nesta quarta-feira em Bagdá, informou hoje a rede de televisão iraquiana

Segundo a emissora, al-Moussawi não teria dado mais detalhes sobre o assassinato.

Fontes policiais iraquianas disseram que o corpo de Obaidi, cheio de marcas de tiros, foi encontrado no bairro de Ur, no leste da capital. Segundo testemunhas, Obaidi foi seqüestrado por um grupo uniformizado com roupas da polícia armado antes.

Obaidi é o terceiro membro do grupo de defesa assassinado no Iraque desde o início do processo contra Hussein, em outubro. O advogado assassinado deveria apresentar sua defesa, com os outros membros da equipe, no dia 10 de julho, próxima sessão do tribunal instalado pelas forças invasoras do país.

Na última sessão do processo, nesta segunda (19), o promotor pediu a pena de morte para o ex-presidente e três dos sete membros de seu governo que estão sob processo. A defesa tinha exigido em várias ocasiões que o tribunal providenciasse a proteção dos advogados, depois dos dois assassinatos nos últimos meses.

Vários advogados, assim como o ex-presidente Saddam Hussein, acusavam o tribunal de aterrorizar as testemunhas de defesa, além de pressionar e intimidar a equipe de defesa. A advogada libanesa Bushra Khalil, expulsa em duas ocasiões da sala pelo presidente da corte, responsabilizou hoje os ocupantes americanos pelo assassinato de Obaidi. Ela afirmou que também recebeu, há dois dias, ameaças de morte.

"As tropas americanas nos informaram que não ofereceriam mais proteção aos advogados", informou Khalil à rede de televisão al Jazira. Segundo ela, anterirormente as tropas americanas buscavam os advogados com helicópteros no aeroporto de Bagdá e os levavam para a Zona Verde. Ela ainda disse que os advogados não foram permitidos de morar na Zona Verde, ultraprotegida pelas forças invasoras.

"Na última vez, entretanto, eles nos transportaram por terra e deixaram que outras pessoas se misturassem ao grupo de advogados no aeroporto. Isso não acontecia no passado. Seguramente os americanos são os responsáveis por esse crima. Eu esperava que um de nós fosse assassinado, porque eles querem obstruir a nossa defesa", reclamou.