Austríacos protestam contra presença de Bush em Viena

A visita do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, à Europa, para uma cúpula entre a União Européia e seu país, fez com que a polícia esvaziasse hoje o centro de Viena, fechando cerca de 300 estabelecimentos comerciais, proibi

As pessoas residentes no centro da cidade não poderiam retornar à sua casa se estivessem sem documentação, segundo a emissora de televisão ORF. Mesmo com todas essas proibições, mais de 1.000 estudantes saíram às ruas para protestar contra Bush e a sua política bélica e intervencionista. Bush e a mulher, Laura, chegaram terça-feira à noite a Viena para uma visita de 21 horas, após a qual partirão para Budapeste.

"Não pretendemos mudar Bush, mas sim conseguir uma pressão pública para que a Europa não forme também um bloco intervencionista", afirmou um dos organizadores da manifestação, Ludwig Dvorak. Somos contra uma maior militarização e a continuação de guerras por interesses económicos", comentou.

Em declarações à televisão pública austríaca, Dvorak disse esperar que a manifestação de protesto aumente consideravelmente ao longo do dia, com mais estudantes e outros cidadãos convocados por diversas organizações.

A manifestação começou às 9:00 (04:00 em Brasília ) com uma concentração na praça da principal estação ferroviária da cidade, a Westbahnhof, que uma hora depois já reunia mais de mil pessoas, vigiadas por cerca de 400 agentes da repressão, segundo fontes policiais.

"Bush go home" (Bush vá para casa) era a palavra de ordem lida com mais freqüência nos cartazes dos manifestantes que desceram uma das principais avenidas, a Mariahilferstrasse, até à Praça de Maria Teresa, para uma nova manifestação onde são esperadas mais de 5 mil pessoas.

O anel que forma o centro histórico da capital alpina foi desocupado hoje por 30 minutos, para garantir o deslocamento do presidente americano do hotel até a sede da reunião no antigo palácio imperial Hofburg. Às 10h (5h de Brasília), a comitiva americana passou pelo centro da cidade, onde os cidadãos tiveram que aguardar dentro dos edifícios e os passantes tiveram que esperar a passagem do carro blindado presidencial dentro das cafeterias e outros estabelecimentos, ou por trás das barreiras de segurança nas entradas de ruas.

A escolta da limusine blindada foi feita por 35 automóveis e 18 motos, em um percurso que foi exaustivamente vigiado para reconhecer todos os veículos estacionados. As estações de metrô próximas ao hotel foram temporariamente fechadas, enquanto 3 mil policiais foram espalhados ao redor do isolado Hofburg, além de helicópteros.

Além disso, foram mobilizados 200 agentes de operações "especiais", além de blindados militares no parque interior do palácio Hofburg. As medidas de segurança, principalmente a mobilização de agentes, tiveram um custo de um milhão de euros, disse Erik Buxbaum, diretor-geral de segurança pública, embora este seja um número provisório.

Com agências internacionais