A batalha eleitoral em São Paulo — que parecia vencida de antemão por José Serra, do PSDB — sofreu reviravoltas importantes na última semana. Sem conseguir acordo para ser vice na chapa tucana, Quércia decidiu lançar-se “pra valer” na disputa. Sua candidatura ao governo foi formalizada neste sábado (24/06), em convenção estadual do PMDB.
Crise na campanha de Serra
Além disso, o PSDB enfrenta problemas internos e animosidades com o PFL, histórico aliado. A direção tucana impôs que os candidatos a deputado do partido aceitassem a coligação proporcional com o PFL — o que provocou nítida irritação na base. A dobradinha pode tirar vagas do PSDB na Câmara dos Deputados e na Assembléia Legislativa, já que a linha-de-corte tende a aumentar, e o PFL deve “roubar” vagas tucanas. Com isso, assessores de Serra temem que a campanha seja fria nas bases, especialmente no interior.
O novo cenário — que inclui queda de Serra nas pesquisa de intenções de voto — animou Mercadante e Quércia a acirrarem a luta contra a candidatura tucana. O apoio do PCdoB fortalecerá uma ou outra candidatura, já que os comunistas contam com dois deputados federais e outros dois estaduais, além de uma das bases mais homogêneas. O partido tem como trunfo o nome de Aldo Rebelo, presidente da Câmara Federal e um dos parlamentares mais respeitados do Brasil.
Na convenção do PMDB, houve 516 votos a favor da candidatura de Quércia, 19 votos contrários e seis em branco. Segundo informou o “Diário de S.Paulo” na edição deste domingo, o PCdoB participou da convenção, representado por sua presidente estadual, Nádia Campeão, que não descartou a possibilidade de coligação.
Negociações
O PMDB teria oferecido a vaga de vice e de senador para o PCdoB. O “Diário de S.Paulo” também informa que Aldo Rebelo seria o candidato ao Senado, caso a dobradinha se confirmasse. Nádia, porém, ressalvou que os comunistas estão mais próximos de fechar Mercadante.
Nas negociações com o petista, o PCdoB sugeriu, como vice, os nomes da própria Nádia e de Gilson Menezes, ex-prefeito de Diadema. O PT ainda estuda as indicações, mas já foi informado de que, sem concessões de nomes, os comunistas podem se coligar com Quércia.
Ao “Diário”, Nádia afirmou que “as negociações avançaram nesse tempo todo com o PT”. Disse também que uma coligação com os peemedebistas “é importante para São Paulo acabar com essa história de 12 anos (de PSDB) no governo”.
Da Redação, com agências
