Ramos-Horta renuncia; tensão se agrava no Timor Leste

A Fretilin, partido governante do Timor Leste, concordou em manter o primeiro-ministro Mari Alkatiri, contra a vontade do presidente Xanana Gusmão. Com isso, o ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1996, José Ramos-Horta — que

Sua saída agrava a crise no país, que vem sendo palco de violentas manifestações de rua. "Decidi deixar o governo até que um novo se forme", disse Ramos-Horta, por meio de um porta-voz. "Estou pronto a servir a nação em qualquer capacidade".

Neste domingo (25/06), a Fretilin realizou uma reunião de emergência, que durou sete horas. Após o encontro, informou que o premier Alkatiri aceitou um apelo do comitê dirigente para permanecer à frente do governo.

A renúncia de Alkatiri havia sido requisita pelo presidente Xanana Gusmão. O premier é acusado de estar por trás da onda de violência que afeta a capital há semanas.

Manifestações
Centenas de pessoas, sobretudo do distrito de Ermera, foram neste domingo à capital timorense, Díli, para festejar a eventual demissão do primeiro-ministro Mari Alkatiri. Forças internacionais, no entanto, obstruíram o caminho dos manifestantes. Autoridades temem que armas entrem em Díli.

O caminho para a capital foi feito a conta gotas: 50 viaturas de cada vez escoltadas por soldados da Malásia até uma praça frente à sede do Governo. Todas as estradas e ruas que passem perto da sede da Fretilin estão fortemente guardadas e são de circulação restrita.

O futuro político de Timor-Leste dependia da reunião do comitê central da Fretilin, depois do presidente Xanana Gusmão ter dito que deixava a presidência se o primeiro-ministro não abandonasse o cargo. Esperava-se que a Fretilin anunciasse a demissão de Mari Alkatiri e o nome do sucessor.