BNDES dará empréstimo à Volks se não houver demissões

O plano de demissões em massa da Volkswagen vai esbarrar em restrições impostas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A instituição condicionou a liberação de R$ 491 milhões à manutenção de empregos nos projetos que apoia, nas fábricas de Anchieta, Taubaté e São Carlos. Das três, a unidade de São Carlos é a única que escapa do plano de cortes. A montadora prevê cortes de cerca de 3,6 mil funcionários em Anchieta e 600 na fábrica de Taubaté, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do ABC Paulista. "O empréstimo não poderá resultar em demissões. O BNDES não impede a Volks de promover a reestruturação, mas nesse conjunto de ações (apoiados pelo banco) não haverá cortes", afirma o presidente do BNDES, Demian Fiocca.

Máquinas compradas com dinheiro da instituição, bem como modernização e tecnologia obtidas a partir dos recursos públicos não poderão, portanto, substituir trabalho humano. O BNDES aprovou o financiamento em abril, mas os recursos ainda estão em processo de liberação. Com o anúncio de cortes que podem variar de 4 mil a 6 mil pessoas até 2008, metalúrgicos passaram a pressionar o Ministério do Trabalho e o BNDES para não desembolsar a verba.

Pediram ao governo que negociasse com a montadora antes dos desembolsos. De acordo com a assessoria do BNDES, a cláusula que preserva as vagas da Volkswagen estava prevista antes do anúncio de reestruturação da multinacional alemã. Para o vice-presidente do sindicato dos metalúrgicos, Francisco Lima, entretanto, a imposição do BNDES é novidade. "Fico satisfeito com esta atitude do banco; isso vai nos ajudar nas negociações", disse Lima.


Com agência