Artistas de Hollywood farão greve contra ocupação do Iraque

Hollywood é uma das indústrias que mais se submeteram à paranóia de George W. Bush. Mas vozes dissonantes sempre existiram — e muitos dos porta-vozes vão acentuar as críticas a partir desta terça-feira (04/07), quan

O jejum tem apoio de diversas celebridades, como o veterano comediante e pacifista Dick Gregory, a coronel da reserva Ann Wright e a ambientalista Diane Wilson. Outros participantes — entre eles a romancista Alice Walker, o cantor Willie Nelson e os atores Sean Penn, Susan Sarandon e Danny Glover — farão greve temporária, em que 2.700 ativistas vão se comprometer a não ingerir alimentos por pelo menos 24 horas.

Cindy Sheehan anunciou a greve no fim de junho. Desde que seu filho Casey morreu, aos 24 anos, no Iraque, a ativista se tornou uma detratora contundente do imperialismo norte-americano. Sua greve é mais um esforço para sensibilizar a opinião pública. Mesmo que a sociedade americana esteja majoritariamente contrária à guerra, esse sentimento não tem a força, nem o impacto, dos protestos civis contra a Guerra do Vietnã, que ajudaram a derrubar o ex-presidente Richard Nixon.

"Espero que meu protesto chame a atenção, reforce o movimento pela paz, aumente a pressão sobre as autoridades e traga nossas tropas de volta", afirmou Cindy. Não por acaso, ela começa sua manifestação neste feriado de 4 de julho, Dia da Independência dos Estados Unidos. O filho de Cindy morreu em 2004, em meio aos confrontos no Iraque. No ano seguinte, a ativista começou a organizar manifestações em frente ao rancho de Bush, em Crawford (Texas).

Cindy declarou que deve voltar a Crawford, onde geralmente o presidente passa suas férias de verão. Ela chama seu jejum de "Camp Casey", numa homenagem ao filho. "Minha greve de fome começará dia 4 de julho e terminará no último dia de Camp Casey, 2 de setembro", declarou.

A agência France Press ironizou a greve: “Enquanto a maioria dos americanos prepara a churrasqueira para as comemorações do 4 de Julho, manifestantes contrários à guerra farão sua última refeição, antes de iniciarem o ‘Jejum pelos soldados em casa’”.

Mas, para Cindy, seu jejum é um passo natural na luta contra a guerra: "Fizemos passeatas, vigílias, fomos ao Congresso, acampamos em frente ao rancho de Bush — e até fomos à prisão. Agora é hora de fazer mais", declarou a ativista.

Segundo balanço da France Press com base em dados do Pentágono, 2.526 soldados americanos já morreram no Iraque, desde a invasão dos Estados Unidos ao país árabe, em 2003. O alto número de mortes e a impopularidade crescente do presidente Bush podem levar a opinião pública a pedir o fim da guerra — expectativa pela qual Cindy luta.

A única vez em que o movimento antibelicista atraiu a atenção da imprensa americana foi em agosto de 2005, quando Cindy Sheehan e seus seguidores ocuparam um campo do lado de fora do rancho de Bush.