Israel promete aumentar a agressão contra palestinos

Depois de uma reunião de emergência do Gabinete de Segurança israelense na manhã desta quarta-feira, os militares israelenses foram instruídos a aumentar ainda mais a agressividade das forças de ocupaçã

O Exército vai agora continuar o que o governo israelense considera, em suas palavras, "uma longa batalha contra as instituições e a infra-estrutura que facilitam o terrorismo". A primeira ação foi destruir parte da infra-estrutura palestina na Faixa de Gaza, deixando 750 mil pessoas sem energia elétrica e água. A segunda ação foi o sequestro de mais de 60 autoridades governamentais palestinas, pertencentes ao governo democraticamente eleito em janeiro de 2006. Uma declaração oficial ameaçava que "as regras do jogo em relação à Autoridade Palestina e ao Hamas terão de ser mudadas."

A forma da agressão israelense ainda não está totalmente clara, mas especula-se que haverão mais bombardeios no norte de Gaza e que seja definida, por meio de tropas ocupantes, uma "zona de segurança" em áreas povoadas na região, com o pretexto de "impedir outros ataques palestinos".

Cidades cercadas

As cidades de Beit Hanoun e Beit Lahiya deverão ser tomadas por tropas de Israel, aumentando a proporção da agressão contra a população civil palestina. Os moradores das duas cidades já estariam se preparando para deixar suas casas, especialmente nas áreas mais expostas à artilharia e aos tanques israelenses.

Uma palestina moradora de Beit Hanoun afirmou que "Os soldados israelenses abrem fogo de qualquer maneira", alegando disparar contra membros da resistência.

Conselho suspende sessão

Ao mesmo tempo, em Nova York, o Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU suspendeu, por falta de tradutores e sem chegar a votar, sua sessão especial dedicada à análise da situação humanitária nos territórios palestinos ocupados.

"Não me resta alternativa a não ser suspender esta reunião até amanhã, quinta-feira, às 10h (5h de Brasília)", disse o presidente do CDH, o embaixador do México, Luis Alfonso de Alba.

O diplomata mexicano lamentou que, "devido a (problemas de) recursos materiais", o órgão da ONU tenha sido obrigado a adiar discussões sobre "assuntos urgentes e importantes".

A Secretaria-Geral da ONU informou, pouco antes das votações, que o serviço de tradutores do Palácio das Nações concluíra sua jornada de trabalho, que já fora ampliada em meia hora para acompanhar o debate do Conselho e não podia ser novamente estendida.