'Veto presidencial ao aumento dos aposentados é correto'

"É correta, sob o ponto de vista econômico, social e político, a decisão do governo de vetar o irresponsável aumento de 16,7%, concedido pelo Congresso, aos aposentados que ganham mais de um salário mínimo. Lula perderá votos entre

O cientista político Carlos Alberto Furtado de Melo, do Ibmec-SP, classificam a atitude da oposição como uma "armadilha" para o governo federal, que passará por um desgaste político, em plena campanha eleitoral, com o veto à medida.
Ele defende que o impacto que um veto poderá ter sobre a candidatura de Lula à reeleição ainda é significativamente menor que o desgaste que surgiria no caso de aprovação. Segundo o cientista, a manutenção da medida provocaria dificuldades muito maiores para o presidente, dessa vez junto a setores como a comunidade econômica e o mercado financeiro. "O mal menor é vetar mesmo.
Os sindicalistas também se queixam da oposição. Com o veto, os aposentados perdem o aumento de 5% concedido mediante acordo aos aposentados a partir do mês de abril poderá cair para 3,14%.
O ministro da Previdência Social, Nelson Machado, explicou que "nesse caso volta a valer a legislação anterior, que prevê o reajuste apenas para manter o poder de compra dos aposentados, sem o ganho real de 1,8% embutido no acordo com os aposentados.

Consenso

Segundo Mailson da Nóbrega, o aumento agravaria o déficit previdenciário, derivado do impacto de mais de R$7 bilhões de despesas adicionais, o que faria subir os prêmios de risco. "A queda de confiança e a correspondente desvalorização cambial criariam incertezas e pressões inflacionárias, as quais tenderiam a reduzir a popularidade do presidente entre os pobres, seu principal eleitorado", avalia.

O cientista político, Carlos Alberto Melo, acredita que apenas uma parcela dos aposentados deve deixar que o veto interfira em sua escolha nas eleições de outubro, lembrando que a categoria representa cerca de 9% a 10% do eleitorado brasileiro. "É um desgaste, em um setor que tem uma relevância significativa", admite.

Melo avalia também que a medida da oposição demonstra a vontade de parlamentares de assegurarem uma boa imagem junto ao eleitorado às vésperas da eleição, acrescentando que o governo possui problemas com a sua base no Congresso. "Isso mostra que o governo não tem domínio sobre sua base pois, em tese, ele continuaria tendo maioria. Isso mostra que setores do governo querem estar bem com a opinião pública."

Preocupação para aposentados

Os representantes do Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas (Sintap) demonstraram preocupação com a posição do Congresso Nacional. "À primeira vista pode parecer incongruente defender um reajuste menor, mas ambos os ministros (do Trabalho e Previdência Social) afirmaram e reafirmaram que caso a medida provisória que estabelece o aumento de 16,6% passasse no Congresso, ela seria vetada pelo Executivo e só restara para os aposentados um reajuste de 3,14%", explica Epitácio Luiz Epaminondas, o Luizão, do Sintap.

Luizão disse que a categoria reafirma o compromisso com o acordo firmado em abril. "Naquela oportunidade, consolidamos um pacote de propostas em benefício dos aposentados e aposentadas, definimos um reajuste possível para os benefícios e estabelecemos um canal permanente de debate com o governo e os empresários, através de uma comissão tripartite", afirma, acrescentando que "queremos manter o que foi acordado".

Com agências

Segundo Mailson da Nóbrega, o aumento agravaria o déficit previdenciário, derivado do impacto de mais de R$7 bilhões de despesas adicionais, o que faria subir os prêmios de risco. "A queda de confiança e a correspondente desvalorização cambial criariam incertezas e pressões inflacionárias, as quais tenderiam a reduzir a popularidade do presidente entre os pobres, seu principal eleitorado", avalia. O cientista político, Carlos Alberto Melo, acredita que apenas uma parcela dos aposentados deve deixar que o veto interfira em sua escolha nas eleições de outubro, lembrando que a categoria representa cerca de 9% a 10% do eleitorado brasileiro. "É um desgaste, em um setor que tem uma relevância significativa", admite. Melo avalia também que a medida da oposição demonstra a vontade de parlamentares de assegurarem uma boa imagem junto ao eleitorado às vésperas da eleição, acrescentando que o governo possui problemas com a sua base no Congresso. "Isso mostra que o governo não tem domínio sobre sua base pois, em tese, ele continuaria tendo maioria. Isso mostra que setores do governo querem estar bem com a opinião pública."Os representantes do Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas (Sintap) demonstraram preocupação com a posição do Congresso Nacional. "À primeira vista pode parecer incongruente defender um reajuste menor, mas ambos os ministros (do Trabalho e Previdência Social) afirmaram e reafirmaram que caso a medida provisória que estabelece o aumento de 16,6% passasse no Congresso, ela seria vetada pelo Executivo e só restara para os aposentados um reajuste de 3,14%", explica Epitácio Luiz Epaminondas, o Luizão, do Sintap.Luizão disse que a categoria reafirma o compromisso com o acordo firmado em abril. "Naquela oportunidade, consolidamos um pacote de propostas em benefício dos aposentados e aposentadas, definimos um reajuste possível para os benefícios e estabelecemos um canal permanente de debate com o governo e os empresários, através de uma comissão tripartite", afirma, acrescentando que "queremos manter o que foi acordado". Com agências